DESTAQUES
PROCISSÃO COM O SANTÍSSIMO HOJE
Em toda primeira sexta-feira do mês as missas são em honra do Sagrado Coração de Jesus. Fazemos a consagração a Ele e há duas procissões com o Santíssimo na Paulista: uma depois da missa das 15h e outra depois da missa das 18h. A procissão vai até o Hospital Santa Catarina.
NOVO HORÁRIO DE MISSA: DOMINGO ÀS 22H15
Uma ótima notícia para os paroquianos! Agora Santa Generosa conta com mais um horário de missa aos domingos, às 22h15. Com isso, o horário de atendimento dos fiéis para confessar-se também se estendeu: 8h às 23h.
ATENDIMENTO RELIGIOSO PARA QUEM ESTEJA INTERNADO NO HOSPITAL SANCTA MARIA MAGGIORE DO PARAÍSO
Caso você, algum familiar, parente ou amigo esteja no Hospital Sancta Maria Maggiore do Bairro Paraíso e deseja atendimento religioso, você pode solicitar a presença do Pe. Cássio.
MÊS DE JANEIRO É DEDICADO À INFÂNCIA E AO SANTÍSSIMO NOME DE JESUS

A Igreja dedica o mês de janeiro ao Santíssimo Nome de Jesus e à Sua Santa Infância. O nome Jesus tem sua origem no hebraico Yeshua, que significa “Yahveh é salvação”. Não à toa afirmamos que Cristo é o nosso Salvador. Interessante ressaltar que São Bernardino de Siena e seus discípulos trabalharam eficazmente para a propagação da devoção ao Santíssimo Nome de Jesus. É dele também a famosa Ladainha ao Santíssimo Nome de Jesus, composta juntamente com São João de Capistrano.
Foi no século XVI, em 1530, que o Papa Clemente VI autorizou à Ordem Franciscana a celebração do Ofício do Santíssimo Nome de Jesus.
Oração ao Santíssimo Nome de Jesus
Jesus, Cordeiro de Deus que tirais o pecado do mundo, amais tanto a humanidade que não somente vos rebaixas ao fazer-vos homem, mas sois o manso Cordeiro que carrega os pecados de todos nós. Obrigado pelo dom da vossa humildade, da vossa misericórdia e do vosso perdão! Quero que a minha vida de cada dia esteja limpa do pecado, jamais indigna de um discípulo vosso. Eu vos peço que toda a minha existência transcorra sempre em vossa companhia, e que minhas últimas palavras sejam repetir vosso santíssimo nome: Jesus! Este é o Nome sobre todo nome.
Por Cristo, nosso Senhor. Amém.
NA FESTA DO BATISMO DO SENHOR, A SANTA GENEROSA RECEBEU 2419 PESSOAS
Comumente, a Santa Generosa recebe em torno de 1500 pessoas nos domingos. Porém, na Festa do Batismo do Senhor recebeu 2419 pessoas.
PRIMEIRA PROCISSÃO COM O SANTÍSSIMO DE 2025
Primeira procissão com o Santíssimo na 1ª sexta-feira do mês. Na Avenida Paulista, os devotos manifestam sua fé mesmo debaixo de chuva.
MINISTRO EXTRAORDINÁRIO DA SAGRADA COMUNHÃO – MESC: A ALEGRIA DE SERVIR
Com as seguintes palavras começa a “Instrução immensae caritatis para facilitar a Comunhão sacramental”, publicada em 29 de janeiro de 1973, marcando a data em que nasceu o ministério extraordinário da distribuição da Eucaristia:
“O testemunho caridade infinita, que Cristo Senhor deixou à Igreja sua Esposa, constituído pela Eucaristia, dom inefável e o maior de todos os seus dons, exige que tão grande mistério seja cada dia mais profundamente conhecido e que se participe da sua virtude salvífica, cada vez com maior intensidade. Nesse sentido, a Igreja, movida pela sua solicitude pastoral, repetidas vezes teve o cuidado e o zelo de promulgar normas adequadas e documentos oportunos com o intuito de fomentar a piedade para com a Santíssima Eucaristia, ponto culminante e centro do culto cristão.”
Até então, o mero fiel nem sequer podia tocar nas alfaias sagradas (Can. 1306 do Direito Canônico de 1917, revogado em 1983, com a promulgação de um novo Código Canônico pelo papa João Paulo II). Nem se imaginava poder tocar nas espécies consagradas.
Então, com a premissa de levar a Eucaristia àqueles que por motivo de doença ou velhice não podem ir até ela na missa, a presença de um ministro extraordinário da Sagrado Comunhão (MESC) se torna de enorme valia. Quem já não esteve acamado ou conhece alguém que já esteve e desejou receber a Eucaristia? Quem não conhece um idoso que, sem poder chegar até a igreja, teme a morte sem receber a Comunhão?
Na nossa paróquia, padre Cássio cuida dos enfermos hospitalizados e dos paroquianos mais idosos, dando-lhes a Unção dos Enfermos e garantindo a Confissão para que, na sequência, os ministros extraordinários da Sagrada Comunhão garantam a esses o devido alimento da alma, diariamente ou semanalmente, conforme a possibilidade e o desejo do fiel.
Também é atribuído aos ministros extraordinários da Sagrada Comunhão auxiliar no preparo da Santa Missa, organizando a credência com os vasos sagrados e as alfaias, assim como preparando as ambulas com o número estimado de partículas que deverão ser consagradas e consumidas na Missa. Também é necessário organizar o Missal e, na paróquia Santa Generosa, organizar o Lecionário, depois escolher os leitores para a Missa. A distribuição da Eucaristia quando há um grande número de fiéis, obrigando elevar excessivamente o tempo de celebração da Santa Missa, é atribuição dos MESC.
Assim, para que os fiéis que se encontram em estado de graça e desejam, animados de reta e piedosa intenção, participar do banquete eucarístico, não se vejam privados da ajuda e conforto espiritual deste sacramento, garantido pelo serviço dos ministros extraordinários da Sagrada Comunhão, exercitando a caridade fraterna, conforme o preceito do Senhor.
Para que a Eucaristia possa chegar a todos dignamente e amorosamente, é de responsabilidade do bispo e do vigário-geral, nas dioceses, conferir o mandato aos ministros extraordinários da Sagrada Comunhão, e estes deverão ser devidamente preparados, conhecer e observar diligentemente as disposições relativas ao seu “ofício”, como também as celebrações litúrgicas relacionadas com a distribuição da Comunhão. Uma vez que todas as ações litúrgicas são sinais da presença e da ação de Cristo, cada gesto deve ser feito com fé e grande dignidade. Segundo o livro “O Ministro”, subsídio pastoral de formação, “para que se realize uma digna e competente Celebração, o ministro extraordinário deve conhecer bem os seguintes livros litúrgicos:
- Missal Romano: Instrução Geral sobre o Missal Romano;
- Ritual Romano: A Sagrada Comunhão e o Culto do Mistério Eucarístico fora da Missa;
- Ritual Romano: Sacramento da Unção e cuidado Pastoral dos Enfermo
O ministro extraordinário da Sagrada Comunhão deve, sobretudo, cultivar uma participação autêntica na celebração da Missa. A recomendação dirigida por São Paulo aos Filipenses adquire uma grande importância: “tende entre vós os mesmos sentimentos que havia em Cristo Jesus” (Fl 2, 5).
Janice de Andrade R. P. Teixeira
PADRE CÁSSIO É O PRIMEIRO SACERDOTE A FORMAR-SE NO CURSO EXTENSIVO DA CATEQUESE BOM PASTOR
Além do Pe. Cássio, em torno de 30 pessoas se formaram no curso extensivo de 100 horas da Catequese Bom Pastor.


PALAVRA DO PÁROCO
A mais bela notícia de nossa história

O que é o Natal? É a boa notícia: “Eis que eu vos anuncio uma grande alegria, nasceu hoje o Salvador.” (Lc 2, 10-11). Imaginem que por milhares de anos a humanidade esperou um salvador; o povo de Deus esperava o Messias e, de repente, numa pequena cidade da Judeia, Belém, nasceu um Menino – e em uma manjedoura, um lugar jamais imaginado para receber o Filho de Deus recém-nascido. Esse acontecimento maravilhoso foi anunciado em primeiro lugar aos pastores pelos anjos, que os convidaram a irem a Belém; eles foram e encontraram o Menino como lhes tinha sido anunciado, e voltaram cheios de alegria.
Imaginem a alegria dos Reis Magos depois de tanto tempo em caminho chegando a Jerusalém e perguntando a Herodes e à sua corte onde estava o Rei dos judeus que acabava de nascer, uma pergunta que alarmou o rei e toda a Jerusalém. Depois de saberem dos principais sacerdotes e escribas do povo que Cristo devia nascer em Belém da Judeia, se puseram novamente a caminho, guiados pela estrela que os acompanhava desde o Oriente, e adoraram o Menino que acabava de nascer.
O Natal é essa série de acontecimentos; é o Menino-Deus que nos vem visitar e fixar morada conosco. Isso nunca tinha acontecido na História, pois Deus falava aos homens por meio das leis e dos profetas. A partir desse acontecimento, Ele passa a nos falar por meio do próprio Filho.
Para entender o Natal e o cristianismo, lembro-me da analogia feita pelo Padre Giussani, fundador do movimento católico Comunhão e Libertação. Ele descreve a Terra como uma imensa planície onde, por milhares de anos, os homens constroem, através de suas religiões, uma ponte para se chegar a Deus. De repente, vem um Homem a esta planície onde a ponte está sendo construída e diz: “O trabalho de vocês é muito nobre, mas é, ao mesmo tempo, muito triste e improdutivo, pois vocês nunca chegarão a Deus por essa ponte. Deixem-na e me sigam, pois eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida.” Para esses homens que estão há milhares e milhares de anos a construir a tal ponte, esse homem que lhes propõe isso é considerado um louco.
O cristianismo é isso, um Homem que surgiu em um determinado momento da História, disse que era o Filho de Deus, que possuía a mesma natureza Divina do seu Pai e que só se podia chegar a Deus através d’Ele. Isso nunca tinha acontecido antes, pois todos os que o precederam eram profetas de Deus, isto é, falavam em nome de Deus, como Abraão e Moisés.
Então, a questão não é mais de imaginação ou de sentimento, se gosto ou não gosto dessa Boa Notícia. Jesus verdadeiramente nasceu em Belém. E para nós, cristãos, não pode haver dúvida de que o Menino nascido da Virgem Maria em uma gruta de Belém é Deus feito homem, não restando outro caminho para se chegar ao Céu senão por Ele.
O Natal é a mais bela notícia de nossa história, dada primeiro aos pastores, depois, aos Reis Magos e, então, a toda a humanidade: o Menino-Deus nasceu! Vinde adorá-lo e reconhecê-lo presente entre nós!
Padre Cássio Carvalho – dezembro 2024.
RASTA TESTEMUNHA SOBRE O PAPEL ESPIRITUAL DA SANTA GENEROSA EM MEIO AOS ARRANHAS CÉUS DA PAULISTA
Em conversa com o Padre Cássio, influencer Rasta testemunha sobre o papel espiritual da Paróquia Santa Generosa em São Paulo.
JUBILEU 2025: “PEREGRINOS DA ESPERANÇA” É TEMA DO ANO SANTO

O próximo Ano Santo ordinário, que será em 2025, tem como lema “Peregrinos da Esperança”. Este Jubileu foi definido pelo Papa Francisco como “dom da graça” a ser vivido por meio de peregrinações, indulgências e testemunhos vivos de fé.
O Santo Padre destacou que o Jubileu sempre representou na vida da Igreja um acontecimento de grande relevância espiritual, eclesial e social. Desde que Bonifácio VIII, em 1300, instituiu o primeiro Ano Santo, o fiel e santo povo de Deus viveu essa celebração como um dom especial da graça, caracterizado pelo perdão dos pecados e, em particular, pela indulgência – expressão plena da misericórdia de Deus.
O Pontífice confiou a responsabilidade de preparar e coordenar esse Ano Jubilar ao Arcebispo Rino Fisichella, presidente do Pontifício Conselho para a promoção da Nova Evangelização. Em entrevista à agência Vatican News, ele explica: “O Ano Jubilar, que ocorre a cada 25 anos, lembra aquela estabilidade nas Sagradas Escrituras do Livro do Levítico. É o tempo da conversão, do descanso, o tempo em que se entra numa relação mais intima com Deus, consigo mesmo e com a criação. Esse sempre foi o Ano Santo. Se pensarmos que nas indicações dadas por Levítico – um dos cinco primeiros livros do Antigo Testamento – encontramos explicitamente escrito que os homens, a terra e os animais terão que descansar… O Jubileu é um ato de justiça e é um pouco quando o agricultor vira os torrões de terra para semear novamente. Aqui o Jubileu é precisamente isso: uma renovação da nossa vida…”
O Papa Francisco espera que o próximo Ano Jubilar também seja celebrado como uma ocasião para “contemplar a beleza da criação e cuidar da nossa casa comum” …. O Jubileu deve ser preparado e vivido à luz da peregrinação, ou seja, do “caminhar a pé”. Isso significa, mais uma vez, sublinhar o contato do homem com a natureza, com o que o circunda.
A história das peregrinações nos ensina que sempre foram momentos de grande força espiritual, porque, na peregrinação, o homem entra profundamente em si mesmo. São momentos de silêncio, de oração, mas também de esforço em que se procura a ajuda de outros peregrinos, mas em que se contempla a beleza da natureza. Portanto, a dimensão da peregrinação favorece de certa forma a contemplação. É por esse caminho que se chega à Porta Santa, para cruzar o seu limiar e, assim encarnar, através desse sinal, o significado profundo do que representa o Jubileu.
O Arcebispo de Aparecida (SP), Dom Orlando Brandes, emitiu um decreto a pedido do Papa Francisco estabelecendo o Santuário Nacional de Aparecida e o Santuário Frei Galvão, situado em Guaratinguetá (SP), igrejas Jubilares.
“A Igreja, como Mãe e Mestra, nos convida a vivenciar um novo Jubileu ordinário em 2025 com o tema: Peregrinos da Esperança”.
FREI GILSON MANIFESTA A SUA ADMIRAÇÃO PELO TRABALHO EXERCIDO NA PARÓQUIA SANTA GENEROSA
Ouça o testemunho de Frei Gilson a respeito do trabalho evangelizador do Pe. Cássio e dos demais envolvidos na Paróquia Santa Generosa.
FILHO PRÓDIGO: SIGNIFICADO DA
RECONCILIAÇÃO COM O PAI
O irmão mais velho do filho pródigo não entendeu o significado da reconciliação com o pai.
VÍDEOS RECENTES
Playlist
Aqui você acompanha alguns dos vídeos mais recentes da Paróquia Santa Generosa. Recomendamos que acompanhe o nosso Canal do Youtube, além do Facebook e Instagram para manter-se atualizado quanto às nossas atividades.
eventos
palavra do pároco
SANTA GENEROSA E O SONHO DE PADRE JOSÉ PAINE
Quando cheguei para auxiliar Padre José Paine nas atividades de Santa Generosa, no final de 2015, não fazia ideia de como contribuir para aumentar a representatividade de uma paróquia de tão grande potencial e visibilidade na cidade de São Paulo. Encontrei Padre José Paine com seus noventa e cinco anos e, praticamente, sem possibilidades de exercer o seu ministério, pois já não conseguia enxergar e se manter de pé para a Celebração Eucarística. Eu tinha a incumbência de auxiliar um homem santo, que vivia da oração, e que havia cumprido sua missão sacerdotal de garantir um espaço onde a tradição católica fosse respeitada e difundida.
Vinha-me à cabeça as palavras do apóstolo Paulo: “Eu vos felicito, porque em tudo vos lembrais de mim, e guardais as minhas instruções, tais como eu vo-las transmiti” (1Co 11, 2). Eu tinha o desafio de levar adiante o sonho do Padre José de amadurecer a vocação de Santa Generosa como uma paróquia de misericórdia, um lugar de evangelização, de ensinamento, de catequese, de sacramentos, um santuário de graças e bênçãos para a cidade de São Paulo.
Pela calçada de Santa Generosa passam milhares de pessoas todos os dias rumo ao trabalho, hospitais, escolas, metrô e shoppings, especialmente em direção a uma das avenidas mais importantes da capital. Como tornar nossa igreja um chamariz para tantas pessoas que estão quase sempre apressadas, que mal têm tempo de parar para um sinal da cruz diante do Santíssimo ou para uma oração de cinco/dez minutos? Como manter ativos, atuantes e envolvidos os paroquianos já acostumados com o estilo tão acolhedor, generoso e santo de Padre José Paine?
Já consciente de suas limitações, ele me deu carta branca para as mudanças que eu imediatamente quis implementar. Ampliamos o horário de atendimento da secretaria e da igreja e de duas celebrações de missa por dia, passando para três de segunda a sexta. As confissões, antes feitas com hora marcada, passaram a ser realizadas antes e após as missas. O público fiel rapidamente respondeu e, de lá para cá, o crescimento das atividades e do número de celebrações e confissões em Santa Generosa tem sido exponencial!
Com grande parte fechada das igrejas durante a pandemia e dada a grande procura, percebemos a necessidade de ampliar o número de missas aos domingos, passando de quatro para nove. Mesmo com a volta à normalidade, no entanto, o número de frequentadores das missas em Santa Generosa não para de crescer, principalmente nos últimos meses.
Com 250 assentos, a igreja está sempre lotada durante as missas dominicais. Por exemplo, em 19 de janeiro último, registramos mais de 2,4 mil pessoas presentes nas nove celebrações, média de 270 pessoas por missa. Diante da crescente demanda, introduzimos, desde o final de janeiro deste ano, a décima missa aos domingos, às 22h15, porque já não há assentos disponíveis para todos na nona missa do dia, às 21h.
O número de confissões também impressiona. São nove horas de confissões diárias de segunda a sexta-feira; mais de onze horas no sábado e quinze horas no domingo, das 8h às 23h. Aos domingos, setecentas pessoas em média se confessam na Santa Generosa. E um fato curioso: estimamos que 30% dos que entram em nossa igreja buscam a confissão. Isso é simplesmente extraordinário!
Há uma explicação que vem dos próprios fieis que nos procuram, pois tornar a Paróquia Santa Generosa o “lugar da Misericórdia” fez com que muita gente que estava afastada de Deus e dos sacramentos retornasse à Igreja Católica. Muitos admitem que o pavor de contar seus pecados graves e a vergonha de tê-los cometido os afastaram da Igreja; não sabiam como sair da situação de pecado e pensavam que não tinham mais salvação, que se encontravam irremediavelmente em um caminho sem volta! Alguns passaram quarenta/cinquenta anos sem experimentar o perdão de um Deus que é complacente, que é pura compaixão!
Por meio de um trabalho forte e aguerrido nas mídias sociais, este é o rosto de Deus que Santa Generosa está mostrando ao mundo. Ao abrir as portas da misericórdia divina, ao estender os braços para acolher a todos, nossa Paróquia quer ser um lugar onde as pessoas se sintam abraçadas pelo perdão infinito de um Deus amorosíssimo. Este era o sonho de Padre José Paine, um sonho que todos nós estamos construindo juntos!
Pe. Cássio Carvalho
Informativo Mensal da Paróquia – fevereiro/2025
A MAIS BELA NOTÍCIA DE NOSSA HISTÓRIA
O que é o Natal? É a boa notícia: “Eis que eu vos anuncio uma grande alegria, nasceu hoje o Salvador.” (Lc 2, 10-11). Imaginem que por milhares de anos a humanidade esperou um salvador; o povo de Deus esperava o Messias e, de repente, numa pequena cidade da Judeia, Belém, nasceu um Menino – e em uma manjedoura, um lugar jamais imaginado para receber o Filho de Deus recém-nascido. Esse acontecimento maravilhoso foi anunciado em primeiro lugar aos pastores pelos anjos, que os convidaram a irem a Belém; eles foram e encontraram o Menino como lhes tinha sido anunciado, e voltaram cheios de alegria.
Imaginem a alegria dos Reis Magos depois de tanto tempo em caminho chegando a Jerusalém e perguntando a Herodes e à sua corte onde estava o Rei dos judeus que acabava de nascer, uma pergunta que alarmou o rei e toda a Jerusalém. Depois de saberem dos principais sacerdotes e escribas do povo que Cristo devia nascer em Belém da Judeia, se puseram novamente a caminho, guiados pela estrela que os acompanhava desde o Oriente, e adoraram o Menino que acabava de nascer.
O Natal é essa série de acontecimentos; é o Menino-Deus que nos vem visitar e fixar morada conosco. Isso nunca tinha acontecido na História, pois Deus falava aos homens por meio das leis e dos profetas. A partir desse acontecimento, Ele passa a nos falar por meio do próprio Filho.
Para entender o Natal e o cristianismo, lembro-me da analogia feita pelo Padre Giussani, fundador do movimento católico Comunhão e Libertação. Ele descreve a Terra como uma imensa planície onde, por milhares de anos, os homens constroem, através de suas religiões, uma ponte para se chegar a Deus. De repente, vem um Homem a esta planície onde a ponte está sendo construída e diz: “O trabalho de vocês é muito nobre, mas é, ao mesmo tempo, muito triste e improdutivo, pois vocês nunca chegarão a Deus por essa ponte. Deixem-na e me sigam, pois eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida.” Para esses homens que estão há milhares e milhares de anos a construir a tal ponte, esse homem que lhes propõe isso é considerado um louco.
O cristianismo é isso, um Homem que surgiu em um determinado momento da História, disse que era o Filho de Deus, que possuía a mesma natureza Divina do seu Pai e que só se podia chegar a Deus através d’Ele. Isso nunca tinha acontecido antes, pois todos os que o precederam eram profetas de Deus, isto é, falavam em nome de Deus, como Abraão e Moisés.
Então, a questão não é mais de imaginação ou de sentimento, se gosto ou não gosto dessa Boa Notícia. Jesus verdadeiramente nasceu em Belém. E para nós, cristãos, não pode haver dúvida de que o Menino nascido da Virgem Maria em uma gruta de Belém é Deus feito homem, não restando outro caminho para se chegar ao Céu senão por Ele.
O Natal é a mais bela notícia de nossa história, dada primeiro aos pastores, depois, aos Reis Magos e, então, a toda a humanidade: o Menino-Deus nasceu! Vinde adorá-lo e reconhecê-lo presente entre nós!
Pe. Cássio Carvalho
Informativo Mensal da Paróquia – Dezembro/2024
MILAGRES ACONTECEM EM SANTA GENEROSA!
O Evangelho de Lucas (10, 1-16) nos relata que Jesus enviou outros setenta e dois discípulos nos lugares onde ele devia passar e lhes deu o poder de fazerem os sinais que ele mesmo realizava. E os setenta e dois discípulos voltaram possuídos de grande alegria, dizendo: “Senhor, os próprios demônios se nos submetem pelo seu nome!” Mas Ele lhes disse: Eu via Satanás caindo do céu como um relâmpago. Não obstante, alegrai-vos, não porque os espíritos se vos submetem, e, sim, porque os vossos nomes estão escritos nos Céus.” (Lc 10, 17-20).
Se naquela época o Senhor mandou os seus discípulos pelos lugares que Ele próprio deveria passar para realizar os sinais de que Ele era o filho de Deus presente na Terra, também agora Ele continua, pelos seus discípulos, que são os bispos, sacerdotes e leigos, a realizar os mesmos sinais de sua presença no mundo através do Espírito Santo. Podem acreditar! Se nos tempos de Jesus aconteciam sinais e milagres, eles continuam acontecendo também em nossos dias – e também aqui em Santa Generosa!
Milagres permeiam a cada instante a nossa existência; muitas vezes, são coisas aparentemente simples, cotidianas, rotineiras. Às vezes, contudo, se revelam como fatos excepcionais. Gostaria de compartilhar três entre os muitos que tenho presenciado em leitos de hospitais e até mesmo no confessionário.
Poucos dias atrás, um jovem veio até o confessionário e, após a absolvição, me relatou um pouco de sua vida. Estava havia mais de cinco anos afastado do sacramento da reconciliação até que, naquela madrugada, lhe chegou um vídeo que publiquei nas redes sociais. Nesse vídeo, eu falava que minha maior alegria era ver as grandes filas que se formam durante a semana e aos domingos à espera da Confissão. E afirmei que é pela absolvição dos pecados pelas mãos do sacerdote que Jesus demonstra o seu imenso amor aos homens. O jovem me disse: “Aqui estou, Padre Cássio, porque não suporto mais viver esta vida de drogas e de prostituição. Quero sentir novamente que Deus é apaixonado por mim, quero voltar a viver a vida na graça de Deus.” Fiquei imensamente comovido com aquele rapaz que se lançou a um novo propósito de mudar sua vida por ter assistido a um simples vídeo que fiz convidando as pessoas a se reconciliarem com Deus. Este é um milagre que sempre acontece em Santa Generosa.
No dia de Nossa Senhora Aparecida um senhor me relatou que tinha acabado de sofrer um golpe financeiro. Tão logo fez o pagamento ao estelionatário, se deu conta de que caíra em um golpe e perdera importante quantia de dinheiro. Então veio à missa de Nossa Senhora Aparecida em Santa Generosa. Ao final da Celebração, participou da procissão e, durante o percurso, fez uma promessa a Virgem: “Se o seu dinheiro lhe fosse restituído, ele o daria à Paróquia de Santa Generosa ou à Missão Belém. Estava realmente convencido de que o dinheiro jamais voltaria à sua conta! Na segunda-feira seguinte, no entanto, teve uma grande surpresa: o dinheiro do golpe lhe foi integralmente restituído.
Tenho presenciado milagres também nos oito hospitais atendidos por Santa Generosa. Tempos atrás, fui atender a um paciente do Hcor. Ao chegar, o senhor enfermo me disse que não precisava da extrema unção e que gostaria de saber quem tinha pedido para que eu fosse até ele. Sinceramente, eu não sabia. Disse-lhe que o pedido me fora encaminhado pela secretaria da paróquia. Intrigado, comecei a conversar tranquilamente com ele; perguntei-lhe onde morava, o que fazia… Foi uma longa conversa antes de eu introduzir o tema que me levara até ele. Tranquilamente, lhe expliquei o grandioso valor do sacramento da unção dos enfermos, instituído para proporcionar ao doente a graça de Deus no momento de dor, sofrimento, e, se fosse da vontade de Deus, também a cura da enfermidade. Ele ficou muito tocado e me pediu o Sacramento da Unção. Ao nos despedirmos, combinamos de nos encontrar em Santa Generosa. Dez dias depois celebrei a missa de sétimo dia dele na Paróquia. Presentes, os dois filhos me disseram o quanto o pai havia mudado após receber a Unção dos Enfermos. Segundo eles, o pai passou a viver um momento de graça e de paz que nunca experimentara antes.
Como discípulos de Jesus, eu, os sacerdotes que me auxiliam e muitos leigos de nossa paróquia poderíamos contar os inúmeros milagres que presenciamos alegremente todos os dias; certamente, seriam necessárias páginas e mais páginas para esses relatos. Mas, como disse Jesus aos seus discípulos, a nossa alegria é que os nossos nomes já estão inscritos nos Céus e que somos queridos e amados por Deus. O que fazemos nasce desse amor divino gratuito e da força do Espírito Santo. Nada esperamos em troca, pois também a nossa vida é puro milagre, é gratuidade, é graça de Deus! Que Ele continue nos abençoando!
Pe. Cássio Carvalho
Informativo Mensal da Paróquia – Novembro/2024
EXPERIMENTAR A MISERICÓRDIA DO SENHOR
Sempre me impressionou a capacidade de Jesus de compadecer-se das criaturas, como nos mostram os Evangelhos. A misericórdia é parte de seu método educativo com os seus discípulos e com o povo que encontrava em sua trajetória terrestre.
Vejamos São Pedro! Quantas coisas saíram de sua boca sem pensar, e quantas vezes foi repreendido por Jesus! No entanto, seu caráter explosivo, enérgico, sempre pronto a reagir, nunca foi obstáculo no seu íntimo relacionamento com o Mestre e do Mestre com ele.
Um dos exemplos de correção se deu logo após uma afirmação de Pedro, inspirada pelo Espírito Santo. Jesus quer saber dos discípulos o que dizem as pessoas sobre o Filho do Homem. Após ouvir a resposta, que o igualava a João Batista ou a um dos profetas, reduzindo, assim, a figura dele à de um homem que falava em nome de Deus, Jesus ouve de Pedro: “Tu és o Filho do Deus vivo!” (Mt 16, 16). Poucos minutos depois, todavia, Jesus o chamará de satanás, o considerará “uma pedra de tropeço” (Mt 16, 23), pois se recusava a aceitar que o Mestre fosse morto e ressuscitasse para nos salvar.
Proponho refletirmos sobre a profunda misericórdia de Deus Pai diante da incapacidade humana em lidar com coisas aparentemente banais de nossa vida e, ainda, duvidar da presença benevolente de Jesus, sempre pronto a nos surpreender com a abundância de suas graças, do seu perdão.
Na pesca milagrosa, Pedro lançou as redes simplesmente em atenção à palavra do Mestre. Ele, pescador experimentado, passara a noite toda em alto mar e nada pescara. E Jesus, aparentemente desconhecedor daquele labor, o manda jogar as redes em águas rasas. Pedro não discute, mas obedece por obedecer, convicto de que não encontraria peixes ali. Lança as redes, e a abundância de peixes por muito pouco não as rompem. Assustado, o apóstolo se prostra diante de Jesus: “Afasta-te de mim, Senhor, pois sou um pobre pecador.” (Lc 5, 8). Em resposta a essa manifestação de humildade, Jesus lhe promete: “Eu o tornarei pescador de homens!”
A misericórdia divina se manifesta mais uma vez logo após a negação de Pedro, temeroso de ser reconhecido como amigo de Jesus, já entregue às autoridades judaicas que o condenariam à morte. Em meio às dores do flagelo daquela noite, Jesus ainda teve tempo e forças para lhe dirigir um olhar cheio de doçura e compaixão, fazendo Pedro chorar amargamente. Mais tarde, já ressuscitado, Jesus confere a ele o poder sobre sua Igreja. Depois de lhe perguntar três vezes se o apóstolo o amava, lhe diz: “Apascenta minhas ovelhas” (Jo 21, 17).
Em outra passagem, igualmente bela, Jesus vê o cortejo da viúva de Naim e se compadece: “Mulher, não chores!” (Lc 7, 13). E restitui a vida a seu filho. Vamos imaginar o sentimento de gratidão que tomou conta daquela pobre mulher. Poderíamos descrever inúmeras cenas dos Evangelhos que comprovam o imenso amor e misericórdia de Jesus para com a multidão que encontrava, as curas que realizava, os pecados que perdoava…
A igreja de Santa Generosa tem essa mesma pretensão: ser o terreno onde Jesus continua sua trajetória de misericórdia e de milagres em nosso tempo. Para tanto, oferece muitas horas de confissões diárias, seja no domingo, com o dia inteiro de Confissões e Missas, seja durante a semana.
No Santo Sacramento da Confissão, o Filho de Deus Vivo continua no meio de nós com o mesmo olhar de ternura que lançou a Pedro, o mesmo olhar benigno dirigido à viúva de Naim, especialmente quando o sacerdote, em seu nome, profere: “Eu te absolvo de todos os teus pecados em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo.” Em que medida somos capazes de retribuir-lhe tamanha benevolência, tamanha delicadeza, suavidade e disposição de sempre, sempre nos perdoar?
Pe. Cássio Carvalho
Informativo Mensal da Paróquia – Outubro/2024
VOCAÇÃO DE SANTA GENEROSA
Em sua vocação de ser o lugar da memória e da presença de Deus em nossa cidade, a Paróquia Santa Generosa sempre foi agraciada com o testemunho de grandes e santos sacerdotes que por ela passaram, sacerdotes que a ajudaram a se transformar em referência de evangelização e serviço. Entre os muitos que estiveram à sua frente, vale destacar o inesquecível Padre José Paine, que me recebeu quando iniciei minha trajetória aqui. Ele construiu a nova igreja em 1970, e foi o pároco responsável por ela durante 62 anos.
Posso afirmar sem medo de errar que todos os sacerdotes que por aqui passaram se empenharam na grandiosa tarefa de transformar Santa Generosa em um autêntico lugar de acolhida, de misericórdia, um lugar onde as pessoas encontram a presença real de Cristo no santo sacrifício da Santa Missa, nos sacramentos, nos trabalhos de evangelização, na catequese, nos serviços pastorais, etc.
Todo esse esforço foi sendo ao longo dos anos maximizado, potencializado para atender à crescente busca dos paulistanos por um lugar de oração, de experiência cristã, de vivência concreta dos sacramentos, de aprendizado e de experiências religiosas das mais diversas. Hoje, Santa Generosa é referência na cidade por oferecer cincos missas diárias, de segunda a sábado, e nove missas aos domingos, com quatorze horas de confissões.
Outra característica marcante é ser “uma igreja em saída”, como nos pede o Papa Francisco. Não se contenta em manter os seus paroquianos, mas se desafia a arrebanhar novas ovelhas para o redil de Cristo por meio de várias iniciativas, como a catequese de iniciação cristã de adultos para o Batismo, Primeira Comunhão e Crisma. Para conseguir atender à crescente demanda e facilitar o acesso, esses cursos são ministrados online e presencialmente. Nossas estimativas mostram que são mais de trezentas pessoas anualmente a receberem os sacramentos da iniciação cristã.
Ano a ano percebemos o quanto tem crescido também a catequese de crianças, em duas modalidades: 1) A Catequese Bom Pastor, que acolhe crianças de três a doze anos, sendo ela orientada no sentido de ajudar a criança desde cedo a seguir uma trajetória cristã; 2) A catequese de preparação para a Primeira Comunhão e, às vezes, também para o Batismo. Hoje, cresce substancialmente na Paróquia Santa Generosa a presença de crianças de todas as idades.
A característica de ser uma igreja em saída também se consolida pelo atendimento aos enfermos nos oito hospitais que estão no seu território pastoral. Sempre que solicitam, os doentes são atendidos prontamente por um sacerdote, que lhes propõe ministrar o sacramento da Unção dos Enfermos, a Confissão e a Comunhão. Posteriormente, se desejar, o paciente poderá receber a Comunhão diária por meio da visita dos ministros.
O atendimento aos pobres se dá em várias ações, de acordo com a experiência dos voluntários, como as voluntárias da caridade, que distribuem cestas básicas e enxovais para grávidas e, de certa forma, acompanham a vida de várias famílias que necessitam dessa assistência. Vale destacar também o importante trabalho dos Vicentinos em nossa paróquia, pois com visitas e orações, eles acompanham pessoas pobres em suas necessidades mais urgentes.
A Missão Belém continua cada vez mais empenhada em melhorar a vida de nossos irmãos mais necessitados. Em uma de suas muitas ações, propõe aos nossos paroquianos a adoção de crianças que vivem no Haiti, crianças que se encontram abaixo da linha de pobreza. Hoje estima-se que mais de duzentas crianças são apadrinhadas por paroquianos de Santa Generosa. Esses também têm colaborado grandemente com a doação de roupas usadas ao bazar da Missão Belém; toda a renda vem sendo revertida para a construção de uma casa de saúde com capacidade de duzentos leitos para pacientes terminais, pessoas que muito provavelmente iriam morrer nas ruas, mas que terão um lugar digno para fazer sua passagem desta para outra vida.
A igreja de Santa Generosa também abre espaço às experiências de novas comunidades e movimentos que cuidam igualmente da vida de fé dos paroquianos. Entre essas comunidades, estão o Movimento Comunhão e Libertação, Comunidade Lumen, Renovação Carismática Católica, Famílias Novas e membros da Opus Dei. Estes propõem momentos de reflexão e oração para os seus integrantes e abertos a toda a comunidade. Santa Generosa também está presente nas mídias sociais, com a transmissão diária das missas e com reflexões pontuais sobre a vida da Igreja e a vivência segundo a doutrina de Cristo.
Com toda essa gama de ações, movimentos e empenho, a Paróquia Santa Generosa busca se manter atuante e alinhada aos esforços dos primeiros e santos sacerdotes que nos precederam na missão de evangelizar e contribuir com a Igreja em São Paulo, com a Santa Igreja de Cristo. Que Deus nos abençoe!
Pe. Cássio Carvalho
Informativo Mensal da Paróquia – Setembro/2024
“SE ALGUÉM ESTÁ ENFERMO, CHAME OS PRESBÍTEROS DA IGREJA.” (TIAGO 5, 14)
Quando Jesus escolheu seus discípulos e iniciou a vida pública, chamava a atenção a multidão que ia ao seu encontro para ouvir os seus ensinamentos, aliviar suas angústias e levar-lhe os doentes para que os tocassem, pois d’Ele saía uma força que curava toda a sorte de enfermidade e males.
A cura dos doentes foi motivo de muitas controvérsias entre Jesus, os fariseus e as autoridades da época, especialmente no que diz respeito ao poder divino de Jesus, que se posicionava como Filho de Deus, e à observância do sábado.
Certamente, o mais polêmico dos relatos é a cura do paralítico que tinha sido introduzido pelo telhado da casa onde Jesus se encontrava por quatro homens. “… Jesus, vendo a fé daqueles homens, disse ao paralítico: “Os teus pecados estão perdoados.” (Mat 9, 1-8).
Como alguns mestres da lei ali presentes ficaram escandalizados com essa frase, pois o perdão dos pecados é atributo tão somente de Deus, Ele complementou: “Para que saibais que o Filho do homem tem o poder de perdoar os pecados, eu te digo: levanta-te e anda!” (Mat 9, 1-8) E o paralítico levantou e andou. Diz o Evangelho que o povo ficou admirado em ver Deus dar a um homem um tal poder.
As curas em dia de sábado também criaram muitos problemas para Jesus. Segundo o relato de Lucas (6, 6-11), Ele estava pregando na sinagoga quando observou um homem com a mão direita seca. Os mestres da lei e os fariseus estavam a observar, pois se Jesus o curasse em dia de sábado, teriam um bom argumento para acusá-lo.
Antevendo o propósito, Jesus chamou o homem de mão seca e lhe perguntou: no dia de sábado é permitido fazer o bem ou o mal? Salvar uma vida ou deixá-la perder? Dito isso, olhou a todos ao redor e disse ao homem: “estende a mão.” Assim que ele o fez, sua mão ficou curada. Revoltados, os mestres da lei e os fariseus discutiam de tramar contra Jesus.
O Evangelho também mostra a fé como pré-requisito para os milagres. Na cidade de Nazaré, onde passara os primeiros trinta anos de sua vida, Jesus fez poucas curas porque seus conterrâneos não acreditavam que o “filho do carpinteiro” pudesse ter tão grandes poderes.
Faltou a esse povo a fé de um gentil, o oficial romano que pediu o restabelecimento de um empregado seu. Quando Jesus, diante do apelo, se mostrou disposto a ir imediatamente à sua casa, ele disse que não precisava, pois bastava uma palavra sua para que seu subordinado ficasse curado. Jesus curou o empregado e admirou-se da fé daquele homem.
Jesus também infringe os costumes judaicos, segundo os quais tocar em alguém impuro tornaria a pessoa impura. Ele não apenas deixa que um leproso dele se aproxime, como lhe toca e realiza a cura. Em seguida, lhe ordena que vá apresentar-se ao sacerdote.
No milagre da cura do cego de nascença, Jesus desconstrói a ideia de doença como castigo divino, pois se acreditava que alguém pecara para que nascesse com alguma enfermidade, no caso, a cegueira. Jesus nega essa crença e usa essa cura como mais uma manifestação da graça divina no meio do povo.
Em nossos dias, os milagres também se multiplicam a todo o momento. Nos hospitais, é o mesmo Cristo, na pessoa do sacerdote, a visitar os enfermos. Por isso, o Apóstolo Tiago recomenda: “alguém dentre vós está enfermo, chame os presbíteros da Igreja para que orem sobre ele, ungindo-o com óleo em nome do Senhor. A oração da fé salvará o doente, e o Senhor o aliviará; e se tiver pecado, receberá o perdão.” (Tiago 5, 14).
Portanto, convém à Igreja responder ao apelo de Cristo para estar sempre próximo aos doentes e permitir a realização de muitos outros milagres. É sem dúvida também uma oportunidade de o sacerdote contemplar Cristo, de aprender a reconhecê-lo no rosto de tantas pessoas que, pelo sofrimento, completam no mundo a redenção de Cristo, o que faltou ao calvário de Cristo, como nos diz São Paulo.
Pe. Cássio Carvalho
Informativo Mensal da Paróquia – agosto/2024
“QUEM É ESTE, A QUEM ATÉ O VENTO E O MAR OBEDECEM? “(MC 4, 41)
Durante o seu ministério, Jesus precisava revelar aos discípulos quem era Ele; todos os acontecimentos de sua vida serviam para dar sinais de sua divindade. Um desses acontecimentos foi o de acalmar o vento e o mar. Ao cair da tarde, Ele disse aos seus discípulos: “vamos para a outra margem.” Eles despediram a multidão e levaram Jesus consigo (Mc 4, 35-36).
Começou a soprar uma ventania muito forte e as ondas se lançavam dentro da barca, de modo que ela já começava a se encher. Jesus estava na parte de trás, dormindo sobre um travesseiro. Os discípulos o acordaram: “Mestre, estamos perecendo e tu não te importas?” Ele se levantou e ordenou ao vento e ao mar: “Silêncio! Cala-te!” O ventou cessou e houve uma grande calmaria. Então, Jesus perguntou aos discípulos: “Por que sois tão medrosos? Ainda não tendes fé?” Eles sentiram medo e diziam uns aos outros: “Quem é este, a quem até o vento e o mar obedecem?” (Mc 4, 37-41).
Os discípulos eram em grande parte pescadores que Jesus encontrara no mar da Galileia. Mesmo experientes, esses homens estavam apavorados, pois, naquele dia, certamente o mar se agitou como nunca tinham visto antes em suas pescarias. Devia ser mesmo um fenômeno único, a ponto de chegarem assustados diante de Jesus. Ao ordenar o silêncio ao vento e ao mar, Jesus revelava seu domínio sobre a natureza, revelava-se um homem excepcional, afinal, nunca ninguém tinha acalmado o mar daquele jeito; na visão dos discípulos, Ele não podia ser um homem comum.
O método da experiência cristã é sempre o revelar de uma surpresa, é o admirar-se do que o Senhor faz acontecer em nossa vida todo o tempo. Imagine Jesus diante de um paralítico que lhe apresentaram estendido numa padiola: “Meu filho, coragem! Teus pecados te são perdoados.”. Imagine a surpresa de todos quando o ouviu dizer: “Que é mais fácil dizer: Teus pecados te são perdoados, ou: Levanta-te e anda? Ora, para que saibais que o Filho do Homem tem na terra o poder de perdoar os pecados, eu te digo: Levanta-te, toma a tua maca e volta para casa”. E a multidão ficou admirada que Deus tenha dado a um homem o poder de perdoar os pecados (Mat 9, 1-8).
Hoje, este método de Deus continua valendo para a nossa vida agitada. Quantas vezes, eu, no trabalho de sacerdote, diante de uma unção a um enfermo, presencio milagres?! Impressionou-me de modo especial um enfermo que se recusou a receber a Unção dos Enfermos, pois não queria morrer de jeito nenhum. Ao ouvir que a Unção do Enfermos era para ajudá-lo a viver na graça de Deus o tempo de vida que lhe restava e que, às vezes, aconteciam casos de cura, ele quis receber de imediato o sacramento. Esse paciente viveu ainda quase uma semana antes de morrer – e morreu com uma serenidade que surpreendeu os seus filhos. Eles me disseram que havia acontecido ali um grande milagre, pois o pai, de agitado e intranquilo antes da Unção dos Enfermos, tinha se tornado outra pessoa. Realmente vivera em graça o pouco tempo que lhe era destinado.
Quantas pessoas encontram coragem para se confessar após me ouvirem insistir que a confissão é o lugar onde Jesus nos olha com imenso carinho e nos diz: “Eu sou apaixonado por você! Eu te amo!”? Muitos procuram a Paróquia Santa Generosa porque a veem como o lugar onde a infinita misericórdia de Deus passa através dos sacerdotes que, embora fracos e pecadores, receberam a autoridade divina para dizer: “Em nome de Cristo, teus pecados estão perdoados. Levanta-te e anda.” Quantos relatos de pessoas que não se confessavam há mais de dez, trinta, cinquenta anos, e que vieram até Santa Generosa para receber o perdão por pecados que não tinham coragem de confessar, e que saíram revigorados pela graça do perdão de Deus?!
Viver em plenitude como cristãos é também deixar-se surpreender com o que Jesus faz acontecer todos os dias em nossa pobre vida. Sua graça divina nos revigora de uma maneira muitas vezes impossível de descrever, de entender. Certamente ainda somos como os discípulos, medrosos e sem fé, mas precisamos confiar que não existe nenhum mar agitado que Ele não possa acalmar, nenhum vento tempestuoso que Ele não consiga subjugar. Ter a consciência de sua presença viva e atuante no meio de nós nos ajuda a acreditar que é possível superar qualquer obstáculo, qualquer circunstância adversa que nos ocorrer.
Pe. Cássio Carvalho
Informativo Mensal da Paróquia – julho/2024
A MISSÃO DE SANTA GENEROSA NA CIDADE DE SÃO PAULO
Sei que já tratei algumas vezes sobre esse tema, mas como é de vital importância neste momento de tanta turbulência, volto a ele: qual é a missão de Santa Generosa na cidade de São Paulo? Por estar localizada em um ponto estratégico (ao lado do metrô Paraíso e a quatrocentos metros de uma das mais importantes avenidas da capital, a Paulista), nossa Paróquia está à vista de centenas e milhares de pessoas todos os dias; não bastasse, conta em seu território com oito hospitais, e todos sabemos da importância da graça e do conforto espiritual para os enfermos, muitos deles em sua derradeira oportunidade de reconciliação com Deus. Por tudo isso, a Paróquia Santa Generosa tem se consolidado como lugar de evangelização e santuário de graças e bênçãos para a cidade de São Paulo, uma missão que “vem de berço”.
Eu me dei conta dessa sua grandiosa tarefa tão logo cheguei à Paróquia, no final de 2015. O responsável por criar essa santa cultura de Santa Generosa e me apresentar os desafios que teria pela frente foi o seu pároco, Padre José Mayer Paine, já com 94 anos. Logo vi o esforço que teria de fazer para acompanhar sua rotina de muito trabalho, mas, sobretudo, de oração, meditação e silêncio. Ele costumava passar muitas horas em recolhimento diante do sacrário. Era notório seu grau de santidade, construída nos mais de sessenta anos que esteve à frente de Santa Generosa.
Esse homem de Deus já tinha cumprido sua missão na Terra. Seus desafios foram imensos. Sua persistência e sua tenacidade tornaram possível a bela igreja que temos hoje. No ano de 1968, foi derrubada a antiga, que ficava no atual viaduto de Santa Generosa. Ele construiu a nova igreja e logo adquiriu a casa paroquial e o terreno onde hoje estão os salões. Tudo o que temos hoje provém desse frutuoso trabalho do nosso caro Padre José.
Questão material à parte, depoimentos e registros históricos mostram que desde o início de sua posse como pároco em Santa Generosa, em 1955, a igreja se tornou o lugar onde a fé católica era vivida na sua integralidade. Sempre foi um lugar de grandes celebrações e marcado pela presença de santos pregadores, como Padre Matheus Nogueira Garcez, Monsenhor Sylvio Mattos, o nosso querido Padre Vittorio Saraceno, que continua a celebrar conosco, e muitos, muitos outros.
Desde o início, sempre houve atenção especial para com o Sacramento da Reconciliação; Santa Generosa sempre procurou se destacar como o lugar onde o fiel pode encontrar a confissão diária. E se consolidou na mente dos católicos como um ambiente de ensino, propagação e expansão da doutrina católica, ajudando várias gerações a enfrentar o secularismo que tem levado tantos católicos a se desviarem da verdadeira fé e, até mesmo, a perdê-la.
Quando comecei na Santa Generosa, encontrei Padre José já idoso, com dificuldades para caminhar, a vista comprometida e dependente da ajuda de pessoas que com grande carinho o serviam. Fiquei impressionado porque, em pouquíssimo tempo, com pequenos gestos, conquistei sua total confiança. Hoje, rememorando alguns desses meus cuidados, vejo que eram coisas realmente simples, fáceis de fazer: pontualidade, nunca atrasar o início das celebrações; ressaltar sempre a importância da confissão frequente; e estar disponível para atendê-las ao final de cada missa. Desde os tempos de Padre José costumo repetir, ao final das missas: “se alguém quiser se confessar, vá para a fila que vou atender às confissões”.
Acho que conquistei o santo Padre José também porque comecei a tomar algumas iniciativas – e ele aprovava e autorizava todas elas: ampliei o horário de funcionamento da igreja – antes, ela abria às 7h e permanecia fechada das 10h30 às 14h30. Na correria diária, para muitas pessoas o horário de almoço é o único disponível para uma visita ao Santíssimo. Com a mudança, ela passou a ficar aberta das 7h às 20h. Animado com a receptividade da alteração, criei um novo horário de missa – ao meio-dia – de segunda a sábado. Também promovi a reforma da fachada e a instalação de uma cozinha industrial para atender aos nossos eventos. Depois que Padre José nos deixou, mantive esse espírito de inovação – criei novos horários de missa, ampliei os horários de confissão e estou sempre me desafiando para manter Santa Generosa em evidência na nossa comunidade e em nossa cidade.
Quem não se lembra, no começo de 2020, do protagonismo de Santa Generosa no período de pandemia? Praticamente um mês após o início já estávamos celebrando missas e atendendo confissões. Era grande a procura e procurávamos atender a todos. Por cerca de três meses a igreja contava apenas com voluntários. E tivemos a ousadia de usar os protocolos de limpeza e saúde que estavam sendo praticados na Europa!
Para se ter uma ideia, em junho de 2020, quando as igrejas começaram a reabrir, na festa de Corpus Christi Santa Generosa já celebrava dez missas aos domingos, com a participação de pessoas de outras regiões da cidade e da Grande São Paulo. Adotamos como critério celebrar quantas missas fossem necessárias para atender a quem quisesse realizar o preceito dominical de forma presencial. Era grande a demanda, e esse modelo praticamente se configurou em nossa paróquia, que oferece hoje nove missas aos domingos e cinco missas diárias! A exemplo do que ocorreu na pandemia, a alta procura por confissões se mantém, e hoje temos seis horas de confissões de segunda a sábado e, aos domingos, atendemos das 8h às 22h. Desconheço igrejas em São Paulo e no Brasil com um horário tão extenso de atendimento.
Várias outras iniciativas vêm se somando para fortalecer e engrandecer o papel missionário de Santa Generosa em nossa cidade, entre elas as procissões (até a Paulista ou até o metro Paraíso) em datas especiais, como festividades de Nossa Senhora, São José, Santa Generosa, Corpus Christi e todas as primeiras sextas-feiras do mês.
A catequese de iniciação cristã de adultos é fruto do comprometimento de mais de uma dezena de catequistas que voluntariamente dedicam muitas horas a esse importante trabalho. Todos os anos, mais de trezentos adultos são preparados para os sacramentos do Batismo, da Crisma e Primeira Comunhão. A catequese de crianças cresceu muito na paróquia. Além da tradicional para a Primeira Comunhão, já ampliada, temos a Catequese Bom Pastor, para crianças de três a doze anos, um modelo de catequese continuada. E temos, na missa das 11h aos domingos, o acolhimento das crianças realizado pelos Pequeninos do Senhor, que fazem um trabalho de evangelização enquanto os pais participam da Celebração Eucarística.
Todas essas iniciativas vêm se somar ao trabalho missionário de atendimento aos doentes que nos solicitam nos oito hospitais do território paroquial. Além da visita do sacerdote para a Unção dos Enfermos, eles podem receber diariamente a Sagrada Eucaristia, graças à disponibilidade e boa vontade de nossos ministros. Penso que a missão da igreja Santa Generosa é responder às solicitações que a realidade nos solicita e ser um lugar onde as pessoas possam encontrar sempre a presença de Cristo, especialmente nos santos Sacramentos.
Pe. Cássio Carvalho
Informativo Mensal da Paróquia – junho/2024
O QUE A PÁSCOA DA RESSURREIÇÃO FAZ NA VIDA DO CRISTÃO!
Quero aproveitar este tempo pascal para meditar sobre o que a Páscoa da Ressureição faz na vida do homem do nosso tempo. Começo tomando o que escreveu o Papa Francisco no cartaz de Páscoa do Movimento Católico Comunhão e Libertação:
“Vemos, assim, o que faz a Páscoa do Senhor: impele-nos a seguir em frente, a sair da sensação de derrota, a rolar a pedra dos sepulcros onde muitas vezes encerramos a esperança, a olhar o futuro com confiança, porque Cristo ressuscitou e mudou a direção da História”.
Que força tem a Ressureição de Cristo! Ela nos impulsiona a seguir em frente apesar de toda a contradição e pecado que carregamos no dia a dia, a sermos esperançosos, confiantes no futuro, apesar das aparências dizerem que a vida não realiza aquilo que promete, ou que isso ou aquilo é impossível de se realizar. Temos de acreditar que tudo se torna possível, pois, com a Páscoa, Deus introduziu na história do homem a certeza do renascimento em coisas que aparentemente terminam.
No mesmo cartaz de Páscoa, há uma reflexão do Padre Luigi Giussani, fundador do Movimento Católico Comunhão e Libertação, que continua o pensamento de Francisco sobre a Ressurreição do Senhor: “O acontecimento cristão é Deus entrando na vida humana e na História. Eu sou cristão porque Ele, Deus, está presente entre nós e estará presente todos os dias até o fim dos tempos. Aquele menino cresceu, morreu e ressuscitou, e ressurgindo atrai irresistivelmente a Si pessoas cuja unidade constitui Seu Corpo, Corpo Místico, ou povo de Deus”.
A força da Páscoa é garantida pela entrada na História da companhia de Deus ao homem. Assim, o homem nunca está sozinho e nunca mais estará só, pois Ele resolveu fazer companhia àqueles que O reconhecem dentro da História. A isso chamamos de Igreja, o lugar daqueles que reconhecem e esperam a força de Deus.
Não é a força do homem decaído do pecado que dá a garantia da vitória sobre o pecado. O que nos dá a certeza é que Jesus, antes de partir deste mundo com sua Ascenção aos Céus, nos enviou o Espírito Santo Paráclito.
Nesses dias em que fiquei hospitalizado em uma UTI, pensei o quanto é gratificante a certeza de que não estamos sozinhos. Nossa missão é ser testemunha da glória e da presença de Cristo nas circunstâncias concretas que vivemos, levando esperança aos desesperançados, aos tristes, aos sofredores.
Sem a certeza da sua ressureição, tenderíamos a sentir a solidão, o medo, a desesperança, o desânimo. Quer vivamos, quer morramos, Ele preenche nossa vida de esperança. É muito bom fazermos a experiência de viver na sua doce presença sob qualquer circunstância da vida.
Pe. Cássio Carvalho
Informativo Mensal da Paróquia – maio/2024
TODAS AS TARDES UM ENCONTRO COM CRISTO
Todos os dias de terça à sexta-feira, quando o relógio marca 15h, inicia-se uma jornada que transcende a rotina comum. Na região do bairro do Paraíso, os oitos hospitais que pertencem à jurisdição territorial da Paróquia de Santa Generosa se tornam cenário de uma missão que carrego com fervor: levar conforto aos enfermos, àqueles que sofrem, àqueles que clamam pela presença divina em suas vidas. Em outras palavras, levar o próprio Cristo através da Comunhão, Unção dos Enfermos e o sacramento da Reconciliação.
Esse ministério, que abracei com o coração e a alma, revelou-se uma fonte inesperada de ensinamentos e transformações. A cada visita, a cada olhar cruzado, cada palavra de conforto trocada, percebo uma verdade profunda: eu, na intenção de servir, acabo por ser servido. Na fragilidade de cada enfermo, descubro a face de Cristo, e é nesse encontro que minha fé se aprofunda e se renova.
Acredito, com todas as fibras do meu ser, que a força de um sacerdote consiste em tomar consciência que todo o seu trabalho é reconhecer a presença real de Cristo em tudo o que o Ele realiza. A verdadeira essência do sacerdócio revela-se também nos corredores dos hospitais, no toque acolhedor, no olhar que escuta. É na vulnerabilidade dos doentes que encontro a força da fé, uma fé que se manifesta diariamente através daqueles que muitos consideram frágeis.
Esses encontros diários transformaram minha vida de uma forma que nenhuma palavra é suficiente para descrever. Os doentes, com suas histórias, lutas e esperanças, ensinam-me sobre a essência da humanidade, sobre a importância da compaixão e do serviço desinteressado. Eles me lembram que, mesmo nos momentos de maior fragilidade, existe uma Luz que nunca se apaga, porque Cristo está ali incondicionalmente, fazendo companhia para eles, pois o Senhor da vida jamais abandona quem coloca a sua confiança nele.
Hoje posso afirmar com convicção que minha missão, nossa missão, vai além de cuidar do espírito; estende-se ao cuidado do corpo e da alma. Os doentes, em sua aparente vulnerabilidade, oferecem-nos um presente inestimável: uma fé renovada, um sentido de propósito e a certeza de que, no serviço ao próximo, encontramos a verdadeira face de Deus.
E, assim, todos os dias de terça à sexta feira, a partir das três da tarde, renovo minha fé e reafirmo minha missão, ciente de que, ao visitar os enfermos, estou não apenas cumprindo um dever, mas também recebendo uma bênção e uma lição de vida que só o coração verdadeiramente aberto pode compreender, pois o Verbo de Deus se fez carne e habita entre nós. E através do encontro com o doente, vemos a Sua glória.
Pe. Cássio Carvalho
Informativo Mensal da Paróquia – abril/2024
QUARESMA – TEMPO DE CONVERSÃO, PENITÊNCIA E CARIDADE!
A Quaresma começa sempre na Quarta-feira de Cinzas, dia em que o sacerdote impõe as cinzas em forma de cruz na testa ou na cabeça do fiel e diz: “Lembra-te de que és pó e ao pó voltarás” ou “converta-te e crê no Evangelho”.
O termo Quaresma remete aos quarentas dias que Jesus ficou no deserto antes de começar sua missão na terra; também faz lembrar os quarenta anos que o povo de Deus ficou no deserto antes de adentrar a terra prometida. Para nós, são os quarenta dias de preparação para o mistério da Paixão, Morte e Ressureição de Nosso Senhor Jesus Cristo, mistério central da fé que, com o nascimento de Jesus no Natal, completa a revelação de Deus ao mundo.
Quaresma é tempo de conversão, e a conversão nada mais é que voltar o olhar para Deus e termos consciência de nossa finitude; por isso, o apelo na quarta-feira de cinzas é para nos lembrarmos de que somos pó e ao pó voltaremos.
Vivemos tempos difíceis. Tiramos Deus do centro de nossas vidas e colocamos as coisas mundanas; passamos a maior parte do tempo lutando e correndo atrás de coisas que passam, como o dinheiro e os prazeres efêmeros, e as tornamos tão fascinantes, que elas começam a determinar os rumos de nossa vida.
É impressionante como hoje as mídias sociais roubam o espaço e o tempo de qualquer convivência saudável em família. Julgo dizer que as mídias praticamente eliminaram a convivência familiar. Dificilmente se sentam à mesa todos juntos em casa, e quando isso ocorre, se tem sempre a companhia da televisão, do celular, prejudicando, assim, qualquer possibilidade de diálogo, de interação entre pais, filhos, avós, irmãos…
Quaresma é tempo de penitência e de jejum; a Igreja pede que na Quarta-feira de Cinzas e na Sexta-feira Santa sejam cumpridos o jejum e a abstinência de carne, um gesto simples para educarmos nosso corpo e fortalecermos a alma. É mais uma prática que nos ajuda a compreender que “nem só de pão vive o homem, mas de toda a palavra da boca de Deus”.
É também tempo de olharmos para o sofrimento de Jesus na Cruz. Nesse sentido, a Igreja nos chama ao exercício da via sacra. Aqui em Santa Generosa ela é feita todas as sextas-feiras às 11h e às 17h. A Igreja na Sexta-feira da Semana Santa coloca como o dia especial para pensarmos e celebrarmos a morte de cruz de Jesus através da via sacra na parte da manhã e, à tarde, às 15h, a celebração da paixão em todas as igrejas do mundo.
A quaresma também é um tempo propício para a confissão sacramental. Como católicos de fato e de direito, devíamos nos confessar pelo menos uma vez por ano e comungar pela Páscoa da Ressurreição. Aqui em nossa paróquia, a confissão é possível todos os dias e com diferentes sacerdotes.
Também é um tempo para olharmos para o irmão; Quem ama a Deus que não vê, deve expressar este amor ao irmão que vê, especialmente o mais necessitado. Façamos desta Quaresma mais uma oportunidade de exercitarmos nossa generosidade.
Nesse sentido, quero propor um gesto de caridade para com a Missão Belém que, por meio de um trabalho de evangelização e busca da recuperação física, emocional e espiritual, busca ajudar os moradores de rua a sair da situação de miséria. Seu desafio agora é construir uma casa para acolher os moradores de ruas com problema de saúde, e você pode ajudar trazendo ao bazar roupas e objetos de sua casa que já não lhe servem.
Outra entidade necessitada de nossa atenção é a das Voluntárias da Caridade que, na paróquia, distribui alimentos para famílias carentes. Quem quiser pode fazer suas doações em alimentos ou em dinheiro diretamente na secretaria de nossa Paróquia.
Peçamos ao Espírito Santo que nos ajude a responder com generosidade a este tempo de penitência, esmola e conversão.
Pe. Cássio Carvalho
Informativo Mensal da Paróquia – março/2024
O HOSPITAL COMO LUGAR DE MISSÃO: “EU ESTIVE DOENTE E VÓS ME VISITASTES”
Há mais de dois mil anos, Jesus deu uma incumbência aos seus discípulos: “Ide por todo o mundo e anunciai a Boa-Nova do Evangelho a toda a criatura” (Mc 16, 15-18), e os discípulos continuaram anunciando o Reino de Deus até os nossos dias.
De todas as formas possíveis, a igreja de Santa Generosa tenta responder a este apelo de Nosso Senhor Jesus Cristo, e um dos lugares desta sua importante missão são os hospitais. Atendemos aos enfermos de oito hospitais em nossa região: HCor, Oswaldo Cruz, Sancta Maggiore, Maternidade Santa Joana, Santa Rita, Maternidade Santa Maria, Hospital São Rafael e Hospital da Luz.
Buscamos atender a todos os pedidos de visitas que nos chegam através da secretaria paroquial. Em primeiro lugar, o sacerdote vai até o hospital e avalia as necessidades de cada paciente e, em geral, lhe oferece os Sacramentos da Unção dos Enfermos, da Confissão e da Eucaristia. Depois, a partir de sua necessidade e disposição, lhe dá a opção de, durante o período de internação, ser acompanhado pelos ministros da Paróquia, para a comunhão diária ou quando a desejar.
Um grande encontro sempre acontece quando respondemos positivamente ao mandato de visitar os doentes. Jesus diz, na ocasião em que pregou a parábola dos talentos: “porque eu estive doente e tu me visitastes” (Mt 25, 36). Este é o grande mistério! Ao visitarmos um doente, visitamos o próprio Cristo, e o paciente comunica, pelo seu sofrimento, pela sua dor, o grande amor que ele nutre por Cristo, Nosso Senhor, e por Nossa Senhora. A realidade do sofrimento nos obriga a pensar o quanto é misteriosa a vida quando Deus faz parte dela!
Aprendo muito nessas visitas! Primeiro, busco estar sempre aberto para o que o Senhor quer me falar através do doente. E Ele sempre fala! Algumas experiências de visita me marcaram muito nestes últimos tempos; quero citar duas:
Ouvi de uma jovem, muito dinâmica e cheia de vida, que os médicos lhe informaram que sua doença estava em estágio muito avançado e a medicina nada mais podia fazer. Apesar do veredito, ela estava serena; vivia um momento de total entrega aos desígnios de Deus e confiava em um milagre. Diante dessa jovem tão convicta da misericórdia divina, deixei o hospital radiante e esperançoso, pois, tal como aquela jovem, também eu desejo ser livre das amarras deste mundo. Confiar com todas as forças em Deus muda a maneira como enxergamos as adversidades e vivemos o sofrimento, e nos torna livres e fortalecidos. Chegar a esse estágio, contudo, é graça dos Céus!
A segunda experiência que me tocou profundamente foi a de uma paciente em estágio terminal. Praticamente abandonara a Igreja Católica para entrar em outra igreja que lhe prometera a cura. Passados alguns anos, a doença foi se agravando e a promessa não se concretizou. Ela desejava muito receber a Unção dos Enfermos e se reconciliar com a Igreja Católica. Quando cheguei ao quarto de hospital, lá estavam as duas filhas de aproximadamente vinte anos e outras seis pessoas; todas rezavam. A intensidade de voz e o fervor de todos me deixaram impressionado! Ouvi a confissão da paciente e lhe dei a Unção dos Enfermos; ainda que estivesse com bastante dificuldade de engolir, ela fez questão de receber a comunhão e se reconciliar com Deus. Nessa hora, me veio à mente a história do paralítico de Cafarnaum – Jesus o curou após ver a fé dos homens que o desceram pelo telhado da casa: “[…] vendo-lhes a fé, disse ao paralítico: […] ‘eu te ordeno: levanta-te, toma o teu leito e vai para casa’.” (Mc 2, 1-11). Eu também vi a fé daqueles que rezavam para que aquela mulher pudesse se reconciliar com a Igreja e ser acolhida por Deus.
Convido você a também fazer a experiência de contemplar o mistério que o Senhor quer realizar na vida de quem visita um paciente por causa d’Ele. Se quiser fazer isso de forma institucional, convido-o a se tornar ministro dos enfermos na Paróquia Santa Generosa – ou na paróquia em que frequenta. Tudo bem se quiser fazer isso por pura caridade. Só não perca esta magnífica oportunidade de encontrar Deus no sofrimento do outro. Tenho certeza de que, como o Senhor fala comigo através das visitas aos enfermos, falará também com você, e então receberá a recompensa de ver que, para Ele, tudo é possível!
Pe. Cássio Carvalho
Informativo Mensal da Paróquia – fevereiro/2024