A gesta dos mártires e Santa Generosa

A revolução da Cruz começou verdadeiramente no dia em que Jesus pronunciou as famosas palavras: “O meu Reino não é deste mundo”, e quando os homens que o seguiam preferiram “o Reino que não é deste mundo” às coisas da Terra.

Na noite de 18 ou 19 de julho do ano 64, as trombetas dos vigias retiniram em Roma alertando para um grande incêndio. Rapidamente, sob o céu rubro, o crepitar das chamas cresceu num ronco ofegante. Era como se o fogo se tivesse estendido por toda parte e ao mesmo tempo.

Começaram a correr rumores de que os criados do imperador Nero percorreram, com archotes incendiados na mão, os bairros humildes da cidade de Roma. A fama de Nero, perverso e criminoso, justificava os rumores e, na opinião pública, radicara-se cada vez mais a ideia de que fora ele o mandante incendiário. A cólera do povo após o incêndio causou medo a Nero, que decidiu apaziguar aquela multidão irritada apontando-lhes os cristãos como verdadeiros culpados, e entregando-lhes vítimas. Não se limitaram a torturar, decapitar e crucificar os cristãos no circo de Nero, instalado no lugar onde se encontra hoje a Basílica de São Pedro, organizaram-se caçadas nos jardins imperiais, onde a caça eram cristãos metidos dentro de peles de feras.

Desde o ano 64 ao 314 d. C., a palavra cristão era sinônimo de “vítima destinada ao suplício”. Mas dirá Tertuliano que “o sangue dos mártires é semeadura de novos cristãos”.

No ano 150 d. C, no império de Cômodo, voltou-se a matança de cristãos. Nesta ocasião, 12 fiéis da povoação de Scili foram presos e levados aos cárceres de Cartago (África).

Interrogado o grupo pelo governador Saturnino, entre eles estava Santa Generosa, todos confessaram-se cristãos e responderam que gênero algum de morte poderia fazer com que desistissem de continuar em sua crença.

O procônsul tentou com boas maneiras convencê-los de adorar os falsos deuses romanos, mas Esperato, em nome de seus companheiros, respondeu que não reconhecia a divindade do imperador, que servia unicamente a Deus, que era o Rei dos reis e o Senhor de todos os povos. Vendo seus esforços baldados, Saturnino manda castigar a todos, exortando-os em seguida a abandonar a fé cristã.

“Não tememos a ninguém – responderam eles – a não ser o Senhor nosso Deus que está nos Céus.  Cremos em Deus e desejamos continuar fiéis a Ele. Confiamos ter a perseverança cristã, não por nossas forças, mas por graça divina: que todos escutem: somos cristãos.”

À essa tão preclara confissão, veio a sentença: “Ordeno que sejam decapitados Esperato, Narzal, Citino, Vetúrio, Félix, Acilino, Letáncio, Januária, GENEROSA, Vestina, Donata e Segunda, que se declaram cristãos e se recusam a tributar honra e reverência ao imperador”.

E foi assim que receberam juntos a coroa do martírio. E eles estão no Reino com o Pai, o Filho e o Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos. Amém!

Extraído de artigos do Padre José, fundamentados no Martirológio Romano.

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