DESTAQUES
AGENDA: PALESTRA SOBRE FÉ E CIÊNCIA NA SANTA GENEROSA NO DIA 06 DE ABRIL

CATEQUESE DO BOM PASTOR - 2025

Ficha de Inscrição para o Átrio da Paróquia Santa Generosa
INSCRIÇÕES SOMENTE PARA CRIANÇAS DE 3 A 7 ANOS
A UNÇÃO DOS ENFERMOS

Tenho o privilégio de participar de um curso de formação bíblico-litúrgico ministrado pelo padre Antonio Torres, da Paróquia São Pedro e São Paulo no Morumbi, e um dos temas abordados foi o sacramento da Unção dos Enfermos. Vou reproduzir alguns pontos meditados a fim de estimular a busca deste maravilhoso sacramento de cura, pelo fato de ser pouco conhecido e também pelo fato de que deveria ser muito mais solicitado na nossa Paróquia Santa Generosa, por ter sete hospitais ao redor e muitos idosos.
Alguém entre vós está doente? Mande chamar os presbíteros da Igreja para que orem sobre ele, ungindo-o com óleo em nome do Senhor. A oração da fé salvará o doente e o Senhor o porá de pé; e se tiver cometido pecados, estes lhes serão perdoados (Tg 5, 14-15).
Sabemos que o primeiro encontro do homem com Deus se produz no Batismo, desenvolve-se na Crisma e chega à sua plenitude na Eucaristia. Mas sabemos pela própria experiência que o homem, no seu percurso na Terra, experimenta a enfermidade e o pecado. A maravilha deste sacramento está em constatar que o Senhor, por meio do sacerdote, cheio de misericórdia e compaixão, vem ao nosso encontro na nossa debilidade, no sacramento da Unção dos Enfermos.
Eu sou o Senhor que te cura (Ex 15, 26). Nos santos Evangelhos vemos como são apresentados a Jesus inúmeros doentes, e Ele bondosamente os curava, no corpo e na alma, sendo essa restauração espiritual muito mais necessária e importante. Nesse processo de cura, Jesus transforma o homem e serve-se da doença ou da debilidade para conduzi-lo a um encontro amoroso com Ele; resultando a enfermidade em um ato de amor e de entrega.
Mas Jesus não só restaura o homem na sua dignidade, cura-lhe todo tipo de doença. Ele mesmo Tomou as nossas enfermidades e sobrecarregou-se dos nossos males (Is 53, 4). Deus quer nos explicar o sofrimento, sofrendo Ele mesmo por nós; Deus não nos livra da morte, mas nos livra na morte; não nos livra da cruz, mas nos livra na cruz. O Senhor quer que, por meio do sofrimento e da doença, demos glória a Deus.
As curas de Jesus remitiam a uma cura muito maior, ao anúncio do Reino. O mandato de Jesus: Curai os enfermos continua até hoje, mediante o sacramento da Unção dos Enfermos; e o sacerdote proclama pelo Verbo que a morte não tem a última palavra, e é, de verdade, o nascimento para a Vida Eterna.
O Catecismo da Igreja Católica nos define os efeitos que produz a Unção dos Enfermos:
1) Une o doente à Paixão de Cristo, para seu bem e o de toda a Igreja;
2) Proporciona reconforto, paz e coragem a fim de suportar cristãmente os sofrimentos da doença ou da velhice;
3) Concede o perdão dos pecados no caso de o doente não poder obtê-lo através do Sacramento da Penitência;
4) Traz o restabelecimento da saúde, se isso convier à salvação espiritual;
5) Prepara para a passagem à vida eterna.
Como dizia o Padre José Mayer Paine, é uma graça imensa para o enfermo receber esse sacramento, que se torna um passaporte para o Céu e para os familiares traz um consolo enorme.
Maria Angeles Brugarolas

POSSO ME CONFESSAR DIRETAMENTE COM DEUS?
Sim, podemos falar com Deus diretamente, mas a confissão com um sacerdote é um presente que Ele nos deu! No Sacramento da Reconciliação, recebemos o perdão e a graça para recomeçar com um coração renovado. Não deixe para depois, procure a confissão e experimente a misericórdia de Deus!
O QUE SIGNIFICA O CULTO DE PROTODULIA DEVIDO A SÃO JOSÉ?

Sabemos que há três espécies de culto em relação ao objeto. O culto de latria, devido só a Deus. Hiperdulia, especial culto tributado à Mãe de Deus, rainha dos santos e singular criatura. Dulia, o culto dos santos. O culto de São José não se pode comparar ao de Maria por ser Ela a Mãe Santíssima, Nossa Corredentora e Mãe de Deus. Todavia, não pode ser igual ao dos demais santos, visto ser ele o maior dos santos e singular entre todos, como sabemos, pelas prerrogativas que possui. A Igreja celebra a memória de São José de modo singular em sua liturgia com honras sumas e sumos louvores, diz Pio IX, e repetem essas expressões vários documentos da Igreja. Por isso, o culto de São José costuma ser chamado de sumadulia, ou protodulia, culto acima do dos santos: dulia. E abaixo do de Maria: hiperdulia.
Esse culto de suma dulia foi pedido ao Papa Pio IX pelos Padres do Concilio do Vaticano. Em nada se opõe à fé e está conforme a dignidade e aos privilégios singulares do maior dos santos. […] O culto de sumadulia ou protodulia tem inúmeras e tocantes manifestações na liturgia e na devoção dos fiéis.
Mons. Ascânio Brandão (1943).
PALAVRA DO PÁROCO
De hoje em diante, serás pescador de homens (Lc 5, 10)

O chamado de Simão Pedro e dos primeiros discípulos de Jesus começou de uma forma imprevisível. Os futuros discípulos de Jesus descobrem a vocação de maneira inesperada e extraordinária. Haviam passado a noite inteira em águas profundas do mar da Galileia e não tinham pescado nada. Já estavam recolhendo e lavando as redes, certamente abatidos, depois de uma jornada infrutífera, e profundamente cansados, como acontece conosco em tantos dos nossos dias de trabalho.
Jesus pede a barca de Simão emprestada e afasta-se um pouco da margem para ensinar à multidão que se aglomerava na praia do lago. Tão logo termina seus ensinamentos, pede a Simão para avançar para águas mais profundas e lançar as redes. Simão vai revelar seus conhecimentos de pescador profissional, pois em águas rasas jamais pegariam peixes, e diz: Mestre, nós trabalhamos a noite inteira e nada pescamos. Mas, em atenção à tua palavra, vou lançar as redes (Lc 5, 5). Imediatamente pegaram tal quantidade de peixes que as redes quase se rompiam. Com a farta pesca, pediram ajuda aos outros pescadores e encheram duas barcas que ali se encontravam.
Diante de tão grande milagre, pois tinha acontecido algo impensável para um profissional experiente das águas como ele, Simão Pedro se dá conta do quão indigno era de estar na presença de Jesus. Ele não é muito diferente dos homens e mulheres do nosso tempo, afinal, também nós sabemos de antemão tudo o que pode e não pode acontecer na nossa vida, e não esperamos que nada de surpreendente nos aconteça. Ele diz a Jesus: Senhor, afasta-te de mim, porque sou um pobre pecador! (Lc 5, 8). Jesus não se espanta com a nossa fragilidade e falta de fé e vai dizer a Simão Pedro: Não tenhais medo! De hoje em diante, tu serás pescador de homens (Lc 5, 10). E imediatamente eles deixaram a barca e seguiram a Jesus.
A vocação de pescadores de homens, tanto de Pedro quanto dos primeiros discípulos de Jesus, também é, em certo sentido, a vocação de todo cristão. Igualmente somos chamados a conquistar almas para Cristo, confiando que quem torna tudo possível é Deus. Pelo exemplo e pelo testemunho, temos de transmitir a todos os que encontramos pela frente a certeza de que a vida é determinada pela presença amorosa de Deus, mesmo diante de circunstâncias tantas vezes contrárias, adversas, impossíveis.
A Paróquia de Santa Generosa tem sido o sinal mais extraordinário desta realidade divina no meio de nós. Todos os dias, Jesus se faz presente através da Eucaristia, dos sacramentos da Reconciliação e da Unção dos Enfermos. Assim vem acontecendo, bem diante de nossos olhos, a pesca milagrosa de tantas pessoas. Como Simão Pedro, pela obediência em fazer o que Jesus nos pede, passamos da experiência do cansaço, da tristeza e da desolação para a certeza do milagre da multiplicação de almas, para a certeza de que a vida pode, sim, ser melhor porque o Senhor nunca se descuida de nós.
Padre Cássio Carvalho – março 2025.
CONHEÇA O GRUPO DE JOVENS @DOMUSSANTAGENEROSA!
Conheça a @domussantagenerosa, um espaço de encontro, partilha e crescimento na fé, onde a amizade e a espiritualidade caminham juntas. Nossos encontros acontecem no 2º e 4º sábado do mês, e você é nosso convidado especial! Venha fazer parte dessa família!
QUARTA-FEIRA DE CINZAS NA SANTA GENEROSA

A Quaresma começa na Quarta-feira de Cinzas e termina imediatamente antes da Missa Vespertina no Domingo de Páscoa. Todo este período forma uma unidade.
O QUE É A QUARTA-FEIRAS DE CINZAS?
É um princípio da Quaresma; um dia especialmente penitencial, em que manifestamos nosso desejo pessoal de CONVERSÃO a Deus. Quando vamos à igreja em que nos impõem as cinzas, expressamos com humildade e sinceridade de coração que desejamos nos converter e crer de verdade no Evangelho.
QUANDO TEVE ORIGEM A PRÁTICA DA IMPOSIÇÃO DAS CINZAS?
A origem da imposição das cinzas pertence à estrutura da penitência canônica. Começou a ser obrigatória para toda a comunidade cristã a partir do século X. A liturgia atual conserva os elementos tradicionais: imposição da cinza e jejum rigoroso.
QUANDO SE ABENÇOA E SE IMPOEM AS CINZAS?
A bênção e a imposição da cinza têm lugar dentro da Missa, após a homilia; embora em circunstâncias especiais, se pode fazer dentro de uma Celebração da Palavra. As formas de imposição da cinza se inspiram na Escritura: Gn, 3, 19 e Mc 1, 15.
DE ONDE PROVÉM AS CINZAS
A cinza procede dos ramos abençoados no Domingo da Paixão do Senhor, do ano anterior, seguindo um costume que se remonta ao século XII. A forma de bênção se relaciona com a condição pecadora de quem a recebeu.
QUAL É O SIMBOLISMO DAS CINZAS?
O simbolismo da cinza é o seguinte:
1. Condição fraca do homem, que caminha para a morte;
2. Situação pecadora do homem;
3. Oração e súplica ardente para que o Senhor os ajude;
4. Ressurreição, já que o homem está destinado a participar no triunfo de Cristo.
A QUE NOS CONVIDA A IGREJA NA QUARESMA?
A Igreja persiste nos convidando a fazer deste tempo como um retiro espiritual em que o esforço de meditação e de oração deve ser sustentado por um esforço de mortificação pessoal cuja medida, a partir deste mínimo, permanece a liberdade e generosidade de cada um.
Fonte: Encuentra.
O AMOR O FEZ ASSIM!

Em 26 de fevereiro de 2018, Monsenhor Cônego José Mayer Paine, conhecido e chamado por todos de Padre José, falecia santamente no Hospital Beneficência Portuguesa aos quase 97 anos (faltou-lhe um dia), rodeado de familiares, amigos e dos paroquianos de Santa Generosa.
Foi nomeado pároco em 31/12/1959 e ficou na função até 24//09/2017, quando, no seu lugar, foi nomeado como pároco o Padre Cássio A. Pereira de Carvalho, por Dom Eduardo Vieira dos Santos, Bispo Auxiliar e São Paulo.
Após seu falecimento, foram recolhidos muitos testemunhos de bispos, padres, de seus filhos e filhas espirituais, de amigos e paroquianos, sendo publicados num livro, muito recomendado (deve ainda ter alguns exemplares na secretaria da igreja), intitulado: “Monsenhor José Mayer Paine, sei em quem acreditei”.
Vou transcrever alguns parágrafos do testemunho do Padre Cássio: “Cheguei à Paróquia de Santa Generosa há dois anos e meio como vigário para acompanhar o Padre José, já bastante debilitado, na condução desta comunidade.
A primeira recordação que permanece desse tempo de trabalho é a grande cordialidade com a qual o Padre José me tratava, pois todas as vezes que falava publicamente, agradecia a minha presença, com grande carinho e gratidão, e tudo era muito desproporcional à minha pequena e inicial contribuição.
O Padre José era uma pessoa muito fácil de ser conquistada, pois bastou para conquistá-lo que eu realizasse duas coisas muito simples – e que são uma obrigação de qualquer sacerdote: 1) A pontualidade na celebração das Missas; 2) O fato de sempre estar à disposição para atender confissões…
Nosso querido Padre José conseguiu unir na sua vida sacerdotal a vida de oração e de ação, exemplo disso foi sua capacidade de, em um pouco mais de um ano, ter conseguido construir essa belíssima igreja de Santa Generosa com a intensa ajuda e envolvimento da comunidade paroquial, já que em 1968 foi abençoada a pedra fundamental e em 1970 se celebrou a primeira Missa de inauguração da nova igreja” (A antiga igreja de Santa Generosa estava situada numa Praça, Largo da Guanabara, que foi toda demolida para a construção do metrô, estação Paraiso).
Obrigado, Padre José, grande homem de oração, conselheiro espiritual de gerações, animador e promotor de vocações religiosas e sacerdotais, grande confessor e amante da liturgia e da Eucaristia, e profundo devoto da Virgem Maria; certamente Santa Generosa teve toda a alegria de acolhê-lo lá do Céu. Da mesma forma como você fazia na terra, suas orações serão o motor construtor da nossa querida Paróquia de Santa Generosa”.
Esse testemunho do nosso Padre Cássio, escrito em 2018, previa a realidade que estamos vivendo hoje, quando vemos que a igreja de Santa Generosa tem se convertido no santuário da misericórdia: Bendito seja Deus!
Redação do Boletim Santa Generosa – fevereiro 2025.
TRÊS VERDADES QUE TODO CATÓLICO DEVE TER EM VISTA
Pe. Cássio nos adverte de três verdades que todo batizado deve ter em vista para ser reconhecido realmente como católico.
NOVO HORÁRIO DE MISSA: DOMINGO ÀS 22H15
Uma ótima notícia para os paroquianos! Agora Santa Generosa conta com mais um horário de missa aos domingos, às 22h15. Com isso, o horário de atendimento dos fiéis para confessar-se também se estendeu: 8h às 23h.
ATENDIMENTO RELIGIOSO PARA QUEM ESTEJA INTERNADO NO HOSPITAL SANCTA MARIA MAGGIORE DO PARAÍSO
Caso você, algum familiar, parente ou amigo esteja no Hospital Sancta Maria Maggiore do Bairro Paraíso e deseja atendimento religioso, você pode solicitar a presença do Pe. Cássio.
NA FESTA DO BATISMO DO SENHOR, A SANTA GENEROSA RECEBEU 2419 PESSOAS
Comumente, a Santa Generosa recebe em torno de 1500 pessoas nos domingos. Porém, na Festa do Batismo do Senhor recebeu 2419 pessoas.
JUBILEU 2025: “PEREGRINOS DA ESPERANÇA” É TEMA DO ANO SANTO

O próximo Ano Santo ordinário, que será em 2025, tem como lema “Peregrinos da Esperança”. Este Jubileu foi definido pelo Papa Francisco como “dom da graça” a ser vivido por meio de peregrinações, indulgências e testemunhos vivos de fé.
O Santo Padre destacou que o Jubileu sempre representou na vida da Igreja um acontecimento de grande relevância espiritual, eclesial e social. Desde que Bonifácio VIII, em 1300, instituiu o primeiro Ano Santo, o fiel e santo povo de Deus viveu essa celebração como um dom especial da graça, caracterizado pelo perdão dos pecados e, em particular, pela indulgência – expressão plena da misericórdia de Deus.
O Pontífice confiou a responsabilidade de preparar e coordenar esse Ano Jubilar ao Arcebispo Rino Fisichella, presidente do Pontifício Conselho para a promoção da Nova Evangelização. Em entrevista à agência Vatican News, ele explica: “O Ano Jubilar, que ocorre a cada 25 anos, lembra aquela estabilidade nas Sagradas Escrituras do Livro do Levítico. É o tempo da conversão, do descanso, o tempo em que se entra numa relação mais intima com Deus, consigo mesmo e com a criação. Esse sempre foi o Ano Santo. Se pensarmos que nas indicações dadas por Levítico – um dos cinco primeiros livros do Antigo Testamento – encontramos explicitamente escrito que os homens, a terra e os animais terão que descansar… O Jubileu é um ato de justiça e é um pouco quando o agricultor vira os torrões de terra para semear novamente. Aqui o Jubileu é precisamente isso: uma renovação da nossa vida…”
O Papa Francisco espera que o próximo Ano Jubilar também seja celebrado como uma ocasião para “contemplar a beleza da criação e cuidar da nossa casa comum” …. O Jubileu deve ser preparado e vivido à luz da peregrinação, ou seja, do “caminhar a pé”. Isso significa, mais uma vez, sublinhar o contato do homem com a natureza, com o que o circunda.
A história das peregrinações nos ensina que sempre foram momentos de grande força espiritual, porque, na peregrinação, o homem entra profundamente em si mesmo. São momentos de silêncio, de oração, mas também de esforço em que se procura a ajuda de outros peregrinos, mas em que se contempla a beleza da natureza. Portanto, a dimensão da peregrinação favorece de certa forma a contemplação. É por esse caminho que se chega à Porta Santa, para cruzar o seu limiar e, assim encarnar, através desse sinal, o significado profundo do que representa o Jubileu.
O Arcebispo de Aparecida (SP), Dom Orlando Brandes, emitiu um decreto a pedido do Papa Francisco estabelecendo o Santuário Nacional de Aparecida e o Santuário Frei Galvão, situado em Guaratinguetá (SP), igrejas Jubilares.
“A Igreja, como Mãe e Mestra, nos convida a vivenciar um novo Jubileu ordinário em 2025 com o tema: Peregrinos da Esperança”.
ME CONFESSO E CAIO NOS MESMOS PECADOS...
O QUE FAZER?
Cair nas mesmas falhas pode ser desanimador, mas a Confissão não é apenas sobre listar pecados, e sim sobre buscar a graça de Deus para lutar contra eles. Cada Confissão é um passo rumo à conversão, um recomeço com a força de Cristo! Não desanime, Ele sempre te espera! Procure viver os sacramentos, rezar e se fortalecer espiritualmente. Com Deus, a mudança é possível!
VÍDEOS RECENTES
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palavra do pároco
QUANDO O FILHO DO HOMEM VOLTAR, QUANTAS PESSOAS DE FÉ ELE IRÁ ENCONTRAR?
Tenho pensado na pergunta que Cristo faz aos seus discípulos indagando quem ele era: “No dizer do povo, quem é o Filho do Homem?” (Mt 16, 13). Depois de lhe revelarem que as comparações iam de João Batista a Elias e Jeremias ou alguns dos profetas, Simão Pedro, por graça do Pai, se adianta e diz: “Tu és o Cristo, o Filho de Deus Vivo” (Mt 16, 16).
Por sua profissão de fé, Pedro parecia ter sido o único a entender quem era aquele Homem que lhes ensinava com tanta sabedoria, que realizava tantos milagres e coisas impossíveis para um simples mortal. Mas não, pouco tempo depois dessa belíssima confissão, vê-se que este conhecimento não era maduro o suficiente para a adesão, a entrega total que Cristo esperava dele.
Quando Jesus fala que deve subir a Jerusalém e sofrer muito da parte dos anciãos, dos príncipes dos sacerdotes e dos escribas, que será morto e ressuscitará ao terceiro dia, Pedro se põe a protestar. De fato, ainda não entendera a missão redentora de Cristo, que passava necessariamente pelo lenho da Cruz.
Nenhum deles entendera a magnitude da presença do Filho de Deus entre eles. Imaginemos a decepção dos discípulos de Emaús que retornam às suas cidades após a morte do Mestre. Esperavam que Ele fosse restaurar o reino, e Ele, simplesmente, tinha morrido havia três dias. E Pedro e João que, ao ouvir as mulheres, correm ao sepulcro e só quando veem os sinais, compreendem as palavras de Jesus, que deveria padecer, morrer e ressuscitar dos mortos. Se o mistério de Cristo e sua missão eram um enigma para os próprios discípulos que tiveram o privilégio do convívio com Ele, por que não o seriam para nós mais de dois mil anos depois?
Compreender a vontade do Pai, entender e tornar realidade a missão da Igreja e a nossa como batizados continuam um desafio, porque não basta simplesmente saber quem é Jesus. É preciso viver uma contínua profissão de fé diante de um mundo descrente e materialista, dar testemunho de sua Palavra com o exemplo e a prática dos Mandamentos e da oração.
Isso só é possível se entendermos o projeto divino, o que Deus reserva a cada um de nós. Ele nos quer santos no estado de vida que escolhemos e no ordinário de nossas vidas: “Sede santos como vosso Pai Celeste é santo” (Mt 5, 48). Para atendermos a esse apelo do próprio Cristo, não precisamos tentar esquadrinhar os desígnios de Deus. Basta fazer como Maria: a própria Mãe de Deus não entendia o que se passava com Ela e o Filho, e tudo guardava em seu coração. Acolhia com doçura as palavras, os acontecimentos e tudo o que se referia a seu Filho, e ia meditando, aprendendo, deixando-se guiar pelo Espírito Santo.
Em Santa Generosa, incansavelmente perseguimos essa vocação própria da Igreja, que é anunciar a Boa-nova e ser sinal do amor e da misericórdia de Deus no mundo. A grande vocação da Paróquia é manter viva a fé dos fiéis, seja através das celebrações das missas, confissões, procissões, vias-sacras; é fazer que todos sejam imbuídos da centelha divina e a espalhem em seu cotidiano, em suas casas, em suas famílias, na sociedade; é ajudar aos que se sentem atraídos por Cristo e sua Palavra e aos que ainda estão afastados da Santa Igreja de Cristo, a se manterem de pé quando Ele voltar. Sim, com as graças de um Deus que a todos acolhe, a Paróquia Santa Generosa quer que, quando o Filho do Homem voltar, encontre muitas pessoas com fé neste mundo.
Pe. Cássio Carvalho
Informativo Mensal da Paróquia – abril/2025
DE HOJE EM DIANTE, TU SERÁS PESCADOR DE HOMENS!
O chamado de Simão Pedro e dos primeiros discípulos de Jesus começou de uma forma imprevisível. Os futuros discípulos de Jesus descobrem a vocação de maneira inesperada e extraordinária. Haviam passado a noite inteira em águas profundas do mar da Galileia e não tinham pescado nada. Já estavam recolhendo e lavando as redes, certamente abatidos, depois de uma jornada infrutífera, e profundamente cansados, como acontece conosco em tantos dos nossos dias de trabalho.
Jesus pede a barca de Simão emprestada e afasta-se um pouco da margem para ensinar à multidão que se aglomerava na praia do lago. Tão logo termina seus ensinamentos, pede a Simão para avançar para águas mais profundas e lançar as redes. Simão vai revelar seus conhecimentos de pescador profissional, pois em águas rasas jamais pegariam peixes, e diz: Mestre, nós trabalhamos a noite inteira e nada pescamos. Mas, em atenção à tua palavra, vou lançar as redes (Lc 5, 5). Imediatamente pegaram tal quantidade de peixes que as redes quase se rompiam. Com a farta pesca, pediram ajuda aos outros pescadores e encheram duas barcas que ali se encontravam.
Diante de tão grande milagre, pois tinha acontecido algo impensável para um profissional experiente das águas como ele, Simão Pedro se dá conta do quão indigno era de estar na presença de Jesus. Ele não é muito diferente dos homens e mulheres do nosso tempo, afinal, também nós sabemos de antemão tudo o que pode e não pode acontecer na nossa vida, e não esperamos que nada de surpreendente nos aconteça. Ele diz a Jesus: Senhor, afasta-te de mim, porque sou um pobre pecador! (Lc 5, 8). Jesus não se espanta com a nossa fragilidade e falta de fé e vai dizer a Simão Pedro: Não tenhais medo! De hoje em diante, tu serás pescador de homens (Lc 5, 10). E imediatamente eles deixaram a barca e seguiram a Jesus.
A vocação de pescadores de homens, tanto de Pedro quanto dos primeiros discípulos de Jesus, também é, em certo sentido, a vocação de todo cristão. Igualmente somos chamados a conquistar almas para Cristo, confiando que quem torna tudo possível é Deus. Pelo exemplo e pelo testemunho, temos de transmitir a todos os que encontramos pela frente a certeza de que a vida é determinada pela presença amorosa de Deus, mesmo diante de circunstâncias tantas vezes contrárias, adversas, impossíveis.
A Paróquia de Santa Generosa tem sido o sinal mais extraordinário desta realidade divina no meio de nós. Todos os dias, Jesus se faz presente através da Eucaristia, dos sacramentos da Reconciliação e da Unção dos Enfermos. Assim vem acontecendo, bem diante de nossos olhos, a pesca milagrosa de tantas pessoas. Como Simão Pedro, pela obediência em fazer o que Jesus nos pede, passamos da experiência do cansaço, da tristeza e da desolação para a certeza do milagre da multiplicação de almas, para a certeza de que a vida pode, sim, ser melhor porque o Senhor nunca se descuida de nós.
Pe. Cássio Carvalho
Informativo Mensal da Paróquia – março/2025
SANTA GENEROSA E O SONHO DE PADRE JOSÉ PAINE
Quando cheguei para auxiliar Padre José Paine nas atividades de Santa Generosa, no final de 2015, não fazia ideia de como contribuir para aumentar a representatividade de uma paróquia de tão grande potencial e visibilidade na cidade de São Paulo. Encontrei Padre José Paine com seus noventa e cinco anos e, praticamente, sem possibilidades de exercer o seu ministério, pois já não conseguia enxergar e se manter de pé para a Celebração Eucarística. Eu tinha a incumbência de auxiliar um homem santo, que vivia da oração, e que havia cumprido sua missão sacerdotal de garantir um espaço onde a tradição católica fosse respeitada e difundida.
Vinha-me à cabeça as palavras do apóstolo Paulo: “Eu vos felicito, porque em tudo vos lembrais de mim, e guardais as minhas instruções, tais como eu vo-las transmiti” (1Co 11, 2). Eu tinha o desafio de levar adiante o sonho do Padre José de amadurecer a vocação de Santa Generosa como uma paróquia de misericórdia, um lugar de evangelização, de ensinamento, de catequese, de sacramentos, um santuário de graças e bênçãos para a cidade de São Paulo.
Pela calçada de Santa Generosa passam milhares de pessoas todos os dias rumo ao trabalho, hospitais, escolas, metrô e shoppings, especialmente em direção a uma das avenidas mais importantes da capital. Como tornar nossa igreja um chamariz para tantas pessoas que estão quase sempre apressadas, que mal têm tempo de parar para um sinal da cruz diante do Santíssimo ou para uma oração de cinco/dez minutos? Como manter ativos, atuantes e envolvidos os paroquianos já acostumados com o estilo tão acolhedor, generoso e santo de Padre José Paine?
Já consciente de suas limitações, ele me deu carta branca para as mudanças que eu imediatamente quis implementar. Ampliamos o horário de atendimento da secretaria e da igreja e de duas celebrações de missa por dia, passando para três de segunda a sexta. As confissões, antes feitas com hora marcada, passaram a ser realizadas antes e após as missas. O público fiel rapidamente respondeu e, de lá para cá, o crescimento das atividades e do número de celebrações e confissões em Santa Generosa tem sido exponencial!
Com grande parte fechada das igrejas durante a pandemia e dada a grande procura, percebemos a necessidade de ampliar o número de missas aos domingos, passando de quatro para nove. Mesmo com a volta à normalidade, no entanto, o número de frequentadores das missas em Santa Generosa não para de crescer, principalmente nos últimos meses.
Com 250 assentos, a igreja está sempre lotada durante as missas dominicais. Por exemplo, em 19 de janeiro último, registramos mais de 2,4 mil pessoas presentes nas nove celebrações, média de 270 pessoas por missa. Diante da crescente demanda, introduzimos, desde o final de janeiro deste ano, a décima missa aos domingos, às 22h15, porque já não há assentos disponíveis para todos na nona missa do dia, às 21h.
O número de confissões também impressiona. São nove horas de confissões diárias de segunda a sexta-feira; mais de onze horas no sábado e quinze horas no domingo, das 8h às 23h. Aos domingos, setecentas pessoas em média se confessam na Santa Generosa. E um fato curioso: estimamos que 30% dos que entram em nossa igreja buscam a confissão. Isso é simplesmente extraordinário!
Há uma explicação que vem dos próprios fieis que nos procuram, pois tornar a Paróquia Santa Generosa o “lugar da Misericórdia” fez com que muita gente que estava afastada de Deus e dos sacramentos retornasse à Igreja Católica. Muitos admitem que o pavor de contar seus pecados graves e a vergonha de tê-los cometido os afastaram da Igreja; não sabiam como sair da situação de pecado e pensavam que não tinham mais salvação, que se encontravam irremediavelmente em um caminho sem volta! Alguns passaram quarenta/cinquenta anos sem experimentar o perdão de um Deus que é complacente, que é pura compaixão!
Por meio de um trabalho forte e aguerrido nas mídias sociais, este é o rosto de Deus que Santa Generosa está mostrando ao mundo. Ao abrir as portas da misericórdia divina, ao estender os braços para acolher a todos, nossa Paróquia quer ser um lugar onde as pessoas se sintam abraçadas pelo perdão infinito de um Deus amorosíssimo. Este era o sonho de Padre José Paine, um sonho que todos nós estamos construindo juntos!
Pe. Cássio Carvalho
Informativo Mensal da Paróquia – fevereiro/2025
A MAIS BELA NOTÍCIA DE NOSSA HISTÓRIA
O que é o Natal? É a boa notícia: “Eis que eu vos anuncio uma grande alegria, nasceu hoje o Salvador.” (Lc 2, 10-11). Imaginem que por milhares de anos a humanidade esperou um salvador; o povo de Deus esperava o Messias e, de repente, numa pequena cidade da Judeia, Belém, nasceu um Menino – e em uma manjedoura, um lugar jamais imaginado para receber o Filho de Deus recém-nascido. Esse acontecimento maravilhoso foi anunciado em primeiro lugar aos pastores pelos anjos, que os convidaram a irem a Belém; eles foram e encontraram o Menino como lhes tinha sido anunciado, e voltaram cheios de alegria.
Imaginem a alegria dos Reis Magos depois de tanto tempo em caminho chegando a Jerusalém e perguntando a Herodes e à sua corte onde estava o Rei dos judeus que acabava de nascer, uma pergunta que alarmou o rei e toda a Jerusalém. Depois de saberem dos principais sacerdotes e escribas do povo que Cristo devia nascer em Belém da Judeia, se puseram novamente a caminho, guiados pela estrela que os acompanhava desde o Oriente, e adoraram o Menino que acabava de nascer.
O Natal é essa série de acontecimentos; é o Menino-Deus que nos vem visitar e fixar morada conosco. Isso nunca tinha acontecido na História, pois Deus falava aos homens por meio das leis e dos profetas. A partir desse acontecimento, Ele passa a nos falar por meio do próprio Filho.
Para entender o Natal e o cristianismo, lembro-me da analogia feita pelo Padre Giussani, fundador do movimento católico Comunhão e Libertação. Ele descreve a Terra como uma imensa planície onde, por milhares de anos, os homens constroem, através de suas religiões, uma ponte para se chegar a Deus. De repente, vem um Homem a esta planície onde a ponte está sendo construída e diz: “O trabalho de vocês é muito nobre, mas é, ao mesmo tempo, muito triste e improdutivo, pois vocês nunca chegarão a Deus por essa ponte. Deixem-na e me sigam, pois eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida.” Para esses homens que estão há milhares e milhares de anos a construir a tal ponte, esse homem que lhes propõe isso é considerado um louco.
O cristianismo é isso, um Homem que surgiu em um determinado momento da História, disse que era o Filho de Deus, que possuía a mesma natureza Divina do seu Pai e que só se podia chegar a Deus através d’Ele. Isso nunca tinha acontecido antes, pois todos os que o precederam eram profetas de Deus, isto é, falavam em nome de Deus, como Abraão e Moisés.
Então, a questão não é mais de imaginação ou de sentimento, se gosto ou não gosto dessa Boa Notícia. Jesus verdadeiramente nasceu em Belém. E para nós, cristãos, não pode haver dúvida de que o Menino nascido da Virgem Maria em uma gruta de Belém é Deus feito homem, não restando outro caminho para se chegar ao Céu senão por Ele.
O Natal é a mais bela notícia de nossa história, dada primeiro aos pastores, depois, aos Reis Magos e, então, a toda a humanidade: o Menino-Deus nasceu! Vinde adorá-lo e reconhecê-lo presente entre nós!
Pe. Cássio Carvalho
Informativo Mensal da Paróquia – Dezembro/2024
MILAGRES ACONTECEM EM SANTA GENEROSA!
O Evangelho de Lucas (10, 1-16) nos relata que Jesus enviou outros setenta e dois discípulos nos lugares onde ele devia passar e lhes deu o poder de fazerem os sinais que ele mesmo realizava. E os setenta e dois discípulos voltaram possuídos de grande alegria, dizendo: “Senhor, os próprios demônios se nos submetem pelo seu nome!” Mas Ele lhes disse: Eu via Satanás caindo do céu como um relâmpago. Não obstante, alegrai-vos, não porque os espíritos se vos submetem, e, sim, porque os vossos nomes estão escritos nos Céus.” (Lc 10, 17-20).
Se naquela época o Senhor mandou os seus discípulos pelos lugares que Ele próprio deveria passar para realizar os sinais de que Ele era o filho de Deus presente na Terra, também agora Ele continua, pelos seus discípulos, que são os bispos, sacerdotes e leigos, a realizar os mesmos sinais de sua presença no mundo através do Espírito Santo. Podem acreditar! Se nos tempos de Jesus aconteciam sinais e milagres, eles continuam acontecendo também em nossos dias – e também aqui em Santa Generosa!
Milagres permeiam a cada instante a nossa existência; muitas vezes, são coisas aparentemente simples, cotidianas, rotineiras. Às vezes, contudo, se revelam como fatos excepcionais. Gostaria de compartilhar três entre os muitos que tenho presenciado em leitos de hospitais e até mesmo no confessionário.
Poucos dias atrás, um jovem veio até o confessionário e, após a absolvição, me relatou um pouco de sua vida. Estava havia mais de cinco anos afastado do sacramento da reconciliação até que, naquela madrugada, lhe chegou um vídeo que publiquei nas redes sociais. Nesse vídeo, eu falava que minha maior alegria era ver as grandes filas que se formam durante a semana e aos domingos à espera da Confissão. E afirmei que é pela absolvição dos pecados pelas mãos do sacerdote que Jesus demonstra o seu imenso amor aos homens. O jovem me disse: “Aqui estou, Padre Cássio, porque não suporto mais viver esta vida de drogas e de prostituição. Quero sentir novamente que Deus é apaixonado por mim, quero voltar a viver a vida na graça de Deus.” Fiquei imensamente comovido com aquele rapaz que se lançou a um novo propósito de mudar sua vida por ter assistido a um simples vídeo que fiz convidando as pessoas a se reconciliarem com Deus. Este é um milagre que sempre acontece em Santa Generosa.
No dia de Nossa Senhora Aparecida um senhor me relatou que tinha acabado de sofrer um golpe financeiro. Tão logo fez o pagamento ao estelionatário, se deu conta de que caíra em um golpe e perdera importante quantia de dinheiro. Então veio à missa de Nossa Senhora Aparecida em Santa Generosa. Ao final da Celebração, participou da procissão e, durante o percurso, fez uma promessa a Virgem: “Se o seu dinheiro lhe fosse restituído, ele o daria à Paróquia de Santa Generosa ou à Missão Belém. Estava realmente convencido de que o dinheiro jamais voltaria à sua conta! Na segunda-feira seguinte, no entanto, teve uma grande surpresa: o dinheiro do golpe lhe foi integralmente restituído.
Tenho presenciado milagres também nos oito hospitais atendidos por Santa Generosa. Tempos atrás, fui atender a um paciente do Hcor. Ao chegar, o senhor enfermo me disse que não precisava da extrema unção e que gostaria de saber quem tinha pedido para que eu fosse até ele. Sinceramente, eu não sabia. Disse-lhe que o pedido me fora encaminhado pela secretaria da paróquia. Intrigado, comecei a conversar tranquilamente com ele; perguntei-lhe onde morava, o que fazia… Foi uma longa conversa antes de eu introduzir o tema que me levara até ele. Tranquilamente, lhe expliquei o grandioso valor do sacramento da unção dos enfermos, instituído para proporcionar ao doente a graça de Deus no momento de dor, sofrimento, e, se fosse da vontade de Deus, também a cura da enfermidade. Ele ficou muito tocado e me pediu o Sacramento da Unção. Ao nos despedirmos, combinamos de nos encontrar em Santa Generosa. Dez dias depois celebrei a missa de sétimo dia dele na Paróquia. Presentes, os dois filhos me disseram o quanto o pai havia mudado após receber a Unção dos Enfermos. Segundo eles, o pai passou a viver um momento de graça e de paz que nunca experimentara antes.
Como discípulos de Jesus, eu, os sacerdotes que me auxiliam e muitos leigos de nossa paróquia poderíamos contar os inúmeros milagres que presenciamos alegremente todos os dias; certamente, seriam necessárias páginas e mais páginas para esses relatos. Mas, como disse Jesus aos seus discípulos, a nossa alegria é que os nossos nomes já estão inscritos nos Céus e que somos queridos e amados por Deus. O que fazemos nasce desse amor divino gratuito e da força do Espírito Santo. Nada esperamos em troca, pois também a nossa vida é puro milagre, é gratuidade, é graça de Deus! Que Ele continue nos abençoando!
Pe. Cássio Carvalho
Informativo Mensal da Paróquia – Novembro/2024
EXPERIMENTAR A MISERICÓRDIA DO SENHOR
Sempre me impressionou a capacidade de Jesus de compadecer-se das criaturas, como nos mostram os Evangelhos. A misericórdia é parte de seu método educativo com os seus discípulos e com o povo que encontrava em sua trajetória terrestre.
Vejamos São Pedro! Quantas coisas saíram de sua boca sem pensar, e quantas vezes foi repreendido por Jesus! No entanto, seu caráter explosivo, enérgico, sempre pronto a reagir, nunca foi obstáculo no seu íntimo relacionamento com o Mestre e do Mestre com ele.
Um dos exemplos de correção se deu logo após uma afirmação de Pedro, inspirada pelo Espírito Santo. Jesus quer saber dos discípulos o que dizem as pessoas sobre o Filho do Homem. Após ouvir a resposta, que o igualava a João Batista ou a um dos profetas, reduzindo, assim, a figura dele à de um homem que falava em nome de Deus, Jesus ouve de Pedro: “Tu és o Filho do Deus vivo!” (Mt 16, 16). Poucos minutos depois, todavia, Jesus o chamará de satanás, o considerará “uma pedra de tropeço” (Mt 16, 23), pois se recusava a aceitar que o Mestre fosse morto e ressuscitasse para nos salvar.
Proponho refletirmos sobre a profunda misericórdia de Deus Pai diante da incapacidade humana em lidar com coisas aparentemente banais de nossa vida e, ainda, duvidar da presença benevolente de Jesus, sempre pronto a nos surpreender com a abundância de suas graças, do seu perdão.
Na pesca milagrosa, Pedro lançou as redes simplesmente em atenção à palavra do Mestre. Ele, pescador experimentado, passara a noite toda em alto mar e nada pescara. E Jesus, aparentemente desconhecedor daquele labor, o manda jogar as redes em águas rasas. Pedro não discute, mas obedece por obedecer, convicto de que não encontraria peixes ali. Lança as redes, e a abundância de peixes por muito pouco não as rompem. Assustado, o apóstolo se prostra diante de Jesus: “Afasta-te de mim, Senhor, pois sou um pobre pecador.” (Lc 5, 8). Em resposta a essa manifestação de humildade, Jesus lhe promete: “Eu o tornarei pescador de homens!”
A misericórdia divina se manifesta mais uma vez logo após a negação de Pedro, temeroso de ser reconhecido como amigo de Jesus, já entregue às autoridades judaicas que o condenariam à morte. Em meio às dores do flagelo daquela noite, Jesus ainda teve tempo e forças para lhe dirigir um olhar cheio de doçura e compaixão, fazendo Pedro chorar amargamente. Mais tarde, já ressuscitado, Jesus confere a ele o poder sobre sua Igreja. Depois de lhe perguntar três vezes se o apóstolo o amava, lhe diz: “Apascenta minhas ovelhas” (Jo 21, 17).
Em outra passagem, igualmente bela, Jesus vê o cortejo da viúva de Naim e se compadece: “Mulher, não chores!” (Lc 7, 13). E restitui a vida a seu filho. Vamos imaginar o sentimento de gratidão que tomou conta daquela pobre mulher. Poderíamos descrever inúmeras cenas dos Evangelhos que comprovam o imenso amor e misericórdia de Jesus para com a multidão que encontrava, as curas que realizava, os pecados que perdoava…
A igreja de Santa Generosa tem essa mesma pretensão: ser o terreno onde Jesus continua sua trajetória de misericórdia e de milagres em nosso tempo. Para tanto, oferece muitas horas de confissões diárias, seja no domingo, com o dia inteiro de Confissões e Missas, seja durante a semana.
No Santo Sacramento da Confissão, o Filho de Deus Vivo continua no meio de nós com o mesmo olhar de ternura que lançou a Pedro, o mesmo olhar benigno dirigido à viúva de Naim, especialmente quando o sacerdote, em seu nome, profere: “Eu te absolvo de todos os teus pecados em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo.” Em que medida somos capazes de retribuir-lhe tamanha benevolência, tamanha delicadeza, suavidade e disposição de sempre, sempre nos perdoar?
Pe. Cássio Carvalho
Informativo Mensal da Paróquia – Outubro/2024
VOCAÇÃO DE SANTA GENEROSA
Em sua vocação de ser o lugar da memória e da presença de Deus em nossa cidade, a Paróquia Santa Generosa sempre foi agraciada com o testemunho de grandes e santos sacerdotes que por ela passaram, sacerdotes que a ajudaram a se transformar em referência de evangelização e serviço. Entre os muitos que estiveram à sua frente, vale destacar o inesquecível Padre José Paine, que me recebeu quando iniciei minha trajetória aqui. Ele construiu a nova igreja em 1970, e foi o pároco responsável por ela durante 62 anos.
Posso afirmar sem medo de errar que todos os sacerdotes que por aqui passaram se empenharam na grandiosa tarefa de transformar Santa Generosa em um autêntico lugar de acolhida, de misericórdia, um lugar onde as pessoas encontram a presença real de Cristo no santo sacrifício da Santa Missa, nos sacramentos, nos trabalhos de evangelização, na catequese, nos serviços pastorais, etc.
Todo esse esforço foi sendo ao longo dos anos maximizado, potencializado para atender à crescente busca dos paulistanos por um lugar de oração, de experiência cristã, de vivência concreta dos sacramentos, de aprendizado e de experiências religiosas das mais diversas. Hoje, Santa Generosa é referência na cidade por oferecer cincos missas diárias, de segunda a sábado, e nove missas aos domingos, com quatorze horas de confissões.
Outra característica marcante é ser “uma igreja em saída”, como nos pede o Papa Francisco. Não se contenta em manter os seus paroquianos, mas se desafia a arrebanhar novas ovelhas para o redil de Cristo por meio de várias iniciativas, como a catequese de iniciação cristã de adultos para o Batismo, Primeira Comunhão e Crisma. Para conseguir atender à crescente demanda e facilitar o acesso, esses cursos são ministrados online e presencialmente. Nossas estimativas mostram que são mais de trezentas pessoas anualmente a receberem os sacramentos da iniciação cristã.
Ano a ano percebemos o quanto tem crescido também a catequese de crianças, em duas modalidades: 1) A Catequese Bom Pastor, que acolhe crianças de três a doze anos, sendo ela orientada no sentido de ajudar a criança desde cedo a seguir uma trajetória cristã; 2) A catequese de preparação para a Primeira Comunhão e, às vezes, também para o Batismo. Hoje, cresce substancialmente na Paróquia Santa Generosa a presença de crianças de todas as idades.
A característica de ser uma igreja em saída também se consolida pelo atendimento aos enfermos nos oito hospitais que estão no seu território pastoral. Sempre que solicitam, os doentes são atendidos prontamente por um sacerdote, que lhes propõe ministrar o sacramento da Unção dos Enfermos, a Confissão e a Comunhão. Posteriormente, se desejar, o paciente poderá receber a Comunhão diária por meio da visita dos ministros.
O atendimento aos pobres se dá em várias ações, de acordo com a experiência dos voluntários, como as voluntárias da caridade, que distribuem cestas básicas e enxovais para grávidas e, de certa forma, acompanham a vida de várias famílias que necessitam dessa assistência. Vale destacar também o importante trabalho dos Vicentinos em nossa paróquia, pois com visitas e orações, eles acompanham pessoas pobres em suas necessidades mais urgentes.
A Missão Belém continua cada vez mais empenhada em melhorar a vida de nossos irmãos mais necessitados. Em uma de suas muitas ações, propõe aos nossos paroquianos a adoção de crianças que vivem no Haiti, crianças que se encontram abaixo da linha de pobreza. Hoje estima-se que mais de duzentas crianças são apadrinhadas por paroquianos de Santa Generosa. Esses também têm colaborado grandemente com a doação de roupas usadas ao bazar da Missão Belém; toda a renda vem sendo revertida para a construção de uma casa de saúde com capacidade de duzentos leitos para pacientes terminais, pessoas que muito provavelmente iriam morrer nas ruas, mas que terão um lugar digno para fazer sua passagem desta para outra vida.
A igreja de Santa Generosa também abre espaço às experiências de novas comunidades e movimentos que cuidam igualmente da vida de fé dos paroquianos. Entre essas comunidades, estão o Movimento Comunhão e Libertação, Comunidade Lumen, Renovação Carismática Católica, Famílias Novas e membros da Opus Dei. Estes propõem momentos de reflexão e oração para os seus integrantes e abertos a toda a comunidade. Santa Generosa também está presente nas mídias sociais, com a transmissão diária das missas e com reflexões pontuais sobre a vida da Igreja e a vivência segundo a doutrina de Cristo.
Com toda essa gama de ações, movimentos e empenho, a Paróquia Santa Generosa busca se manter atuante e alinhada aos esforços dos primeiros e santos sacerdotes que nos precederam na missão de evangelizar e contribuir com a Igreja em São Paulo, com a Santa Igreja de Cristo. Que Deus nos abençoe!
Pe. Cássio Carvalho
Informativo Mensal da Paróquia – Setembro/2024
“SE ALGUÉM ESTÁ ENFERMO, CHAME OS PRESBÍTEROS DA IGREJA.” (TIAGO 5, 14)
Quando Jesus escolheu seus discípulos e iniciou a vida pública, chamava a atenção a multidão que ia ao seu encontro para ouvir os seus ensinamentos, aliviar suas angústias e levar-lhe os doentes para que os tocassem, pois d’Ele saía uma força que curava toda a sorte de enfermidade e males.
A cura dos doentes foi motivo de muitas controvérsias entre Jesus, os fariseus e as autoridades da época, especialmente no que diz respeito ao poder divino de Jesus, que se posicionava como Filho de Deus, e à observância do sábado.
Certamente, o mais polêmico dos relatos é a cura do paralítico que tinha sido introduzido pelo telhado da casa onde Jesus se encontrava por quatro homens. “… Jesus, vendo a fé daqueles homens, disse ao paralítico: “Os teus pecados estão perdoados.” (Mat 9, 1-8).
Como alguns mestres da lei ali presentes ficaram escandalizados com essa frase, pois o perdão dos pecados é atributo tão somente de Deus, Ele complementou: “Para que saibais que o Filho do homem tem o poder de perdoar os pecados, eu te digo: levanta-te e anda!” (Mat 9, 1-8) E o paralítico levantou e andou. Diz o Evangelho que o povo ficou admirado em ver Deus dar a um homem um tal poder.
As curas em dia de sábado também criaram muitos problemas para Jesus. Segundo o relato de Lucas (6, 6-11), Ele estava pregando na sinagoga quando observou um homem com a mão direita seca. Os mestres da lei e os fariseus estavam a observar, pois se Jesus o curasse em dia de sábado, teriam um bom argumento para acusá-lo.
Antevendo o propósito, Jesus chamou o homem de mão seca e lhe perguntou: no dia de sábado é permitido fazer o bem ou o mal? Salvar uma vida ou deixá-la perder? Dito isso, olhou a todos ao redor e disse ao homem: “estende a mão.” Assim que ele o fez, sua mão ficou curada. Revoltados, os mestres da lei e os fariseus discutiam de tramar contra Jesus.
O Evangelho também mostra a fé como pré-requisito para os milagres. Na cidade de Nazaré, onde passara os primeiros trinta anos de sua vida, Jesus fez poucas curas porque seus conterrâneos não acreditavam que o “filho do carpinteiro” pudesse ter tão grandes poderes.
Faltou a esse povo a fé de um gentil, o oficial romano que pediu o restabelecimento de um empregado seu. Quando Jesus, diante do apelo, se mostrou disposto a ir imediatamente à sua casa, ele disse que não precisava, pois bastava uma palavra sua para que seu subordinado ficasse curado. Jesus curou o empregado e admirou-se da fé daquele homem.
Jesus também infringe os costumes judaicos, segundo os quais tocar em alguém impuro tornaria a pessoa impura. Ele não apenas deixa que um leproso dele se aproxime, como lhe toca e realiza a cura. Em seguida, lhe ordena que vá apresentar-se ao sacerdote.
No milagre da cura do cego de nascença, Jesus desconstrói a ideia de doença como castigo divino, pois se acreditava que alguém pecara para que nascesse com alguma enfermidade, no caso, a cegueira. Jesus nega essa crença e usa essa cura como mais uma manifestação da graça divina no meio do povo.
Em nossos dias, os milagres também se multiplicam a todo o momento. Nos hospitais, é o mesmo Cristo, na pessoa do sacerdote, a visitar os enfermos. Por isso, o Apóstolo Tiago recomenda: “alguém dentre vós está enfermo, chame os presbíteros da Igreja para que orem sobre ele, ungindo-o com óleo em nome do Senhor. A oração da fé salvará o doente, e o Senhor o aliviará; e se tiver pecado, receberá o perdão.” (Tiago 5, 14).
Portanto, convém à Igreja responder ao apelo de Cristo para estar sempre próximo aos doentes e permitir a realização de muitos outros milagres. É sem dúvida também uma oportunidade de o sacerdote contemplar Cristo, de aprender a reconhecê-lo no rosto de tantas pessoas que, pelo sofrimento, completam no mundo a redenção de Cristo, o que faltou ao calvário de Cristo, como nos diz São Paulo.
Pe. Cássio Carvalho
Informativo Mensal da Paróquia – agosto/2024
“QUEM É ESTE, A QUEM ATÉ O VENTO E O MAR OBEDECEM? “(MC 4, 41)
Durante o seu ministério, Jesus precisava revelar aos discípulos quem era Ele; todos os acontecimentos de sua vida serviam para dar sinais de sua divindade. Um desses acontecimentos foi o de acalmar o vento e o mar. Ao cair da tarde, Ele disse aos seus discípulos: “vamos para a outra margem.” Eles despediram a multidão e levaram Jesus consigo (Mc 4, 35-36).
Começou a soprar uma ventania muito forte e as ondas se lançavam dentro da barca, de modo que ela já começava a se encher. Jesus estava na parte de trás, dormindo sobre um travesseiro. Os discípulos o acordaram: “Mestre, estamos perecendo e tu não te importas?” Ele se levantou e ordenou ao vento e ao mar: “Silêncio! Cala-te!” O ventou cessou e houve uma grande calmaria. Então, Jesus perguntou aos discípulos: “Por que sois tão medrosos? Ainda não tendes fé?” Eles sentiram medo e diziam uns aos outros: “Quem é este, a quem até o vento e o mar obedecem?” (Mc 4, 37-41).
Os discípulos eram em grande parte pescadores que Jesus encontrara no mar da Galileia. Mesmo experientes, esses homens estavam apavorados, pois, naquele dia, certamente o mar se agitou como nunca tinham visto antes em suas pescarias. Devia ser mesmo um fenômeno único, a ponto de chegarem assustados diante de Jesus. Ao ordenar o silêncio ao vento e ao mar, Jesus revelava seu domínio sobre a natureza, revelava-se um homem excepcional, afinal, nunca ninguém tinha acalmado o mar daquele jeito; na visão dos discípulos, Ele não podia ser um homem comum.
O método da experiência cristã é sempre o revelar de uma surpresa, é o admirar-se do que o Senhor faz acontecer em nossa vida todo o tempo. Imagine Jesus diante de um paralítico que lhe apresentaram estendido numa padiola: “Meu filho, coragem! Teus pecados te são perdoados.”. Imagine a surpresa de todos quando o ouviu dizer: “Que é mais fácil dizer: Teus pecados te são perdoados, ou: Levanta-te e anda? Ora, para que saibais que o Filho do Homem tem na terra o poder de perdoar os pecados, eu te digo: Levanta-te, toma a tua maca e volta para casa”. E a multidão ficou admirada que Deus tenha dado a um homem o poder de perdoar os pecados (Mat 9, 1-8).
Hoje, este método de Deus continua valendo para a nossa vida agitada. Quantas vezes, eu, no trabalho de sacerdote, diante de uma unção a um enfermo, presencio milagres?! Impressionou-me de modo especial um enfermo que se recusou a receber a Unção dos Enfermos, pois não queria morrer de jeito nenhum. Ao ouvir que a Unção do Enfermos era para ajudá-lo a viver na graça de Deus o tempo de vida que lhe restava e que, às vezes, aconteciam casos de cura, ele quis receber de imediato o sacramento. Esse paciente viveu ainda quase uma semana antes de morrer – e morreu com uma serenidade que surpreendeu os seus filhos. Eles me disseram que havia acontecido ali um grande milagre, pois o pai, de agitado e intranquilo antes da Unção dos Enfermos, tinha se tornado outra pessoa. Realmente vivera em graça o pouco tempo que lhe era destinado.
Quantas pessoas encontram coragem para se confessar após me ouvirem insistir que a confissão é o lugar onde Jesus nos olha com imenso carinho e nos diz: “Eu sou apaixonado por você! Eu te amo!”? Muitos procuram a Paróquia Santa Generosa porque a veem como o lugar onde a infinita misericórdia de Deus passa através dos sacerdotes que, embora fracos e pecadores, receberam a autoridade divina para dizer: “Em nome de Cristo, teus pecados estão perdoados. Levanta-te e anda.” Quantos relatos de pessoas que não se confessavam há mais de dez, trinta, cinquenta anos, e que vieram até Santa Generosa para receber o perdão por pecados que não tinham coragem de confessar, e que saíram revigorados pela graça do perdão de Deus?!
Viver em plenitude como cristãos é também deixar-se surpreender com o que Jesus faz acontecer todos os dias em nossa pobre vida. Sua graça divina nos revigora de uma maneira muitas vezes impossível de descrever, de entender. Certamente ainda somos como os discípulos, medrosos e sem fé, mas precisamos confiar que não existe nenhum mar agitado que Ele não possa acalmar, nenhum vento tempestuoso que Ele não consiga subjugar. Ter a consciência de sua presença viva e atuante no meio de nós nos ajuda a acreditar que é possível superar qualquer obstáculo, qualquer circunstância adversa que nos ocorrer.
Pe. Cássio Carvalho
Informativo Mensal da Paróquia – julho/2024
A MISSÃO DE SANTA GENEROSA NA CIDADE DE SÃO PAULO
Sei que já tratei algumas vezes sobre esse tema, mas como é de vital importância neste momento de tanta turbulência, volto a ele: qual é a missão de Santa Generosa na cidade de São Paulo? Por estar localizada em um ponto estratégico (ao lado do metrô Paraíso e a quatrocentos metros de uma das mais importantes avenidas da capital, a Paulista), nossa Paróquia está à vista de centenas e milhares de pessoas todos os dias; não bastasse, conta em seu território com oito hospitais, e todos sabemos da importância da graça e do conforto espiritual para os enfermos, muitos deles em sua derradeira oportunidade de reconciliação com Deus. Por tudo isso, a Paróquia Santa Generosa tem se consolidado como lugar de evangelização e santuário de graças e bênçãos para a cidade de São Paulo, uma missão que “vem de berço”.
Eu me dei conta dessa sua grandiosa tarefa tão logo cheguei à Paróquia, no final de 2015. O responsável por criar essa santa cultura de Santa Generosa e me apresentar os desafios que teria pela frente foi o seu pároco, Padre José Mayer Paine, já com 94 anos. Logo vi o esforço que teria de fazer para acompanhar sua rotina de muito trabalho, mas, sobretudo, de oração, meditação e silêncio. Ele costumava passar muitas horas em recolhimento diante do sacrário. Era notório seu grau de santidade, construída nos mais de sessenta anos que esteve à frente de Santa Generosa.
Esse homem de Deus já tinha cumprido sua missão na Terra. Seus desafios foram imensos. Sua persistência e sua tenacidade tornaram possível a bela igreja que temos hoje. No ano de 1968, foi derrubada a antiga, que ficava no atual viaduto de Santa Generosa. Ele construiu a nova igreja e logo adquiriu a casa paroquial e o terreno onde hoje estão os salões. Tudo o que temos hoje provém desse frutuoso trabalho do nosso caro Padre José.
Questão material à parte, depoimentos e registros históricos mostram que desde o início de sua posse como pároco em Santa Generosa, em 1955, a igreja se tornou o lugar onde a fé católica era vivida na sua integralidade. Sempre foi um lugar de grandes celebrações e marcado pela presença de santos pregadores, como Padre Matheus Nogueira Garcez, Monsenhor Sylvio Mattos, o nosso querido Padre Vittorio Saraceno, que continua a celebrar conosco, e muitos, muitos outros.
Desde o início, sempre houve atenção especial para com o Sacramento da Reconciliação; Santa Generosa sempre procurou se destacar como o lugar onde o fiel pode encontrar a confissão diária. E se consolidou na mente dos católicos como um ambiente de ensino, propagação e expansão da doutrina católica, ajudando várias gerações a enfrentar o secularismo que tem levado tantos católicos a se desviarem da verdadeira fé e, até mesmo, a perdê-la.
Quando comecei na Santa Generosa, encontrei Padre José já idoso, com dificuldades para caminhar, a vista comprometida e dependente da ajuda de pessoas que com grande carinho o serviam. Fiquei impressionado porque, em pouquíssimo tempo, com pequenos gestos, conquistei sua total confiança. Hoje, rememorando alguns desses meus cuidados, vejo que eram coisas realmente simples, fáceis de fazer: pontualidade, nunca atrasar o início das celebrações; ressaltar sempre a importância da confissão frequente; e estar disponível para atendê-las ao final de cada missa. Desde os tempos de Padre José costumo repetir, ao final das missas: “se alguém quiser se confessar, vá para a fila que vou atender às confissões”.
Acho que conquistei o santo Padre José também porque comecei a tomar algumas iniciativas – e ele aprovava e autorizava todas elas: ampliei o horário de funcionamento da igreja – antes, ela abria às 7h e permanecia fechada das 10h30 às 14h30. Na correria diária, para muitas pessoas o horário de almoço é o único disponível para uma visita ao Santíssimo. Com a mudança, ela passou a ficar aberta das 7h às 20h. Animado com a receptividade da alteração, criei um novo horário de missa – ao meio-dia – de segunda a sábado. Também promovi a reforma da fachada e a instalação de uma cozinha industrial para atender aos nossos eventos. Depois que Padre José nos deixou, mantive esse espírito de inovação – criei novos horários de missa, ampliei os horários de confissão e estou sempre me desafiando para manter Santa Generosa em evidência na nossa comunidade e em nossa cidade.
Quem não se lembra, no começo de 2020, do protagonismo de Santa Generosa no período de pandemia? Praticamente um mês após o início já estávamos celebrando missas e atendendo confissões. Era grande a procura e procurávamos atender a todos. Por cerca de três meses a igreja contava apenas com voluntários. E tivemos a ousadia de usar os protocolos de limpeza e saúde que estavam sendo praticados na Europa!
Para se ter uma ideia, em junho de 2020, quando as igrejas começaram a reabrir, na festa de Corpus Christi Santa Generosa já celebrava dez missas aos domingos, com a participação de pessoas de outras regiões da cidade e da Grande São Paulo. Adotamos como critério celebrar quantas missas fossem necessárias para atender a quem quisesse realizar o preceito dominical de forma presencial. Era grande a demanda, e esse modelo praticamente se configurou em nossa paróquia, que oferece hoje nove missas aos domingos e cinco missas diárias! A exemplo do que ocorreu na pandemia, a alta procura por confissões se mantém, e hoje temos seis horas de confissões de segunda a sábado e, aos domingos, atendemos das 8h às 22h. Desconheço igrejas em São Paulo e no Brasil com um horário tão extenso de atendimento.
Várias outras iniciativas vêm se somando para fortalecer e engrandecer o papel missionário de Santa Generosa em nossa cidade, entre elas as procissões (até a Paulista ou até o metro Paraíso) em datas especiais, como festividades de Nossa Senhora, São José, Santa Generosa, Corpus Christi e todas as primeiras sextas-feiras do mês.
A catequese de iniciação cristã de adultos é fruto do comprometimento de mais de uma dezena de catequistas que voluntariamente dedicam muitas horas a esse importante trabalho. Todos os anos, mais de trezentos adultos são preparados para os sacramentos do Batismo, da Crisma e Primeira Comunhão. A catequese de crianças cresceu muito na paróquia. Além da tradicional para a Primeira Comunhão, já ampliada, temos a Catequese Bom Pastor, para crianças de três a doze anos, um modelo de catequese continuada. E temos, na missa das 11h aos domingos, o acolhimento das crianças realizado pelos Pequeninos do Senhor, que fazem um trabalho de evangelização enquanto os pais participam da Celebração Eucarística.
Todas essas iniciativas vêm se somar ao trabalho missionário de atendimento aos doentes que nos solicitam nos oito hospitais do território paroquial. Além da visita do sacerdote para a Unção dos Enfermos, eles podem receber diariamente a Sagrada Eucaristia, graças à disponibilidade e boa vontade de nossos ministros. Penso que a missão da igreja Santa Generosa é responder às solicitações que a realidade nos solicita e ser um lugar onde as pessoas possam encontrar sempre a presença de Cristo, especialmente nos santos Sacramentos.
Pe. Cássio Carvalho
Informativo Mensal da Paróquia – junho/2024
O QUE A PÁSCOA DA RESSURREIÇÃO FAZ NA VIDA DO CRISTÃO!
Quero aproveitar este tempo pascal para meditar sobre o que a Páscoa da Ressureição faz na vida do homem do nosso tempo. Começo tomando o que escreveu o Papa Francisco no cartaz de Páscoa do Movimento Católico Comunhão e Libertação:
“Vemos, assim, o que faz a Páscoa do Senhor: impele-nos a seguir em frente, a sair da sensação de derrota, a rolar a pedra dos sepulcros onde muitas vezes encerramos a esperança, a olhar o futuro com confiança, porque Cristo ressuscitou e mudou a direção da História”.
Que força tem a Ressureição de Cristo! Ela nos impulsiona a seguir em frente apesar de toda a contradição e pecado que carregamos no dia a dia, a sermos esperançosos, confiantes no futuro, apesar das aparências dizerem que a vida não realiza aquilo que promete, ou que isso ou aquilo é impossível de se realizar. Temos de acreditar que tudo se torna possível, pois, com a Páscoa, Deus introduziu na história do homem a certeza do renascimento em coisas que aparentemente terminam.
No mesmo cartaz de Páscoa, há uma reflexão do Padre Luigi Giussani, fundador do Movimento Católico Comunhão e Libertação, que continua o pensamento de Francisco sobre a Ressurreição do Senhor: “O acontecimento cristão é Deus entrando na vida humana e na História. Eu sou cristão porque Ele, Deus, está presente entre nós e estará presente todos os dias até o fim dos tempos. Aquele menino cresceu, morreu e ressuscitou, e ressurgindo atrai irresistivelmente a Si pessoas cuja unidade constitui Seu Corpo, Corpo Místico, ou povo de Deus”.
A força da Páscoa é garantida pela entrada na História da companhia de Deus ao homem. Assim, o homem nunca está sozinho e nunca mais estará só, pois Ele resolveu fazer companhia àqueles que O reconhecem dentro da História. A isso chamamos de Igreja, o lugar daqueles que reconhecem e esperam a força de Deus.
Não é a força do homem decaído do pecado que dá a garantia da vitória sobre o pecado. O que nos dá a certeza é que Jesus, antes de partir deste mundo com sua Ascenção aos Céus, nos enviou o Espírito Santo Paráclito.
Nesses dias em que fiquei hospitalizado em uma UTI, pensei o quanto é gratificante a certeza de que não estamos sozinhos. Nossa missão é ser testemunha da glória e da presença de Cristo nas circunstâncias concretas que vivemos, levando esperança aos desesperançados, aos tristes, aos sofredores.
Sem a certeza da sua ressureição, tenderíamos a sentir a solidão, o medo, a desesperança, o desânimo. Quer vivamos, quer morramos, Ele preenche nossa vida de esperança. É muito bom fazermos a experiência de viver na sua doce presença sob qualquer circunstância da vida.
Pe. Cássio Carvalho
Informativo Mensal da Paróquia – maio/2024
TODAS AS TARDES UM ENCONTRO COM CRISTO
Todos os dias de terça à sexta-feira, quando o relógio marca 15h, inicia-se uma jornada que transcende a rotina comum. Na região do bairro do Paraíso, os oitos hospitais que pertencem à jurisdição territorial da Paróquia de Santa Generosa se tornam cenário de uma missão que carrego com fervor: levar conforto aos enfermos, àqueles que sofrem, àqueles que clamam pela presença divina em suas vidas. Em outras palavras, levar o próprio Cristo através da Comunhão, Unção dos Enfermos e o sacramento da Reconciliação.
Esse ministério, que abracei com o coração e a alma, revelou-se uma fonte inesperada de ensinamentos e transformações. A cada visita, a cada olhar cruzado, cada palavra de conforto trocada, percebo uma verdade profunda: eu, na intenção de servir, acabo por ser servido. Na fragilidade de cada enfermo, descubro a face de Cristo, e é nesse encontro que minha fé se aprofunda e se renova.
Acredito, com todas as fibras do meu ser, que a força de um sacerdote consiste em tomar consciência que todo o seu trabalho é reconhecer a presença real de Cristo em tudo o que o Ele realiza. A verdadeira essência do sacerdócio revela-se também nos corredores dos hospitais, no toque acolhedor, no olhar que escuta. É na vulnerabilidade dos doentes que encontro a força da fé, uma fé que se manifesta diariamente através daqueles que muitos consideram frágeis.
Esses encontros diários transformaram minha vida de uma forma que nenhuma palavra é suficiente para descrever. Os doentes, com suas histórias, lutas e esperanças, ensinam-me sobre a essência da humanidade, sobre a importância da compaixão e do serviço desinteressado. Eles me lembram que, mesmo nos momentos de maior fragilidade, existe uma Luz que nunca se apaga, porque Cristo está ali incondicionalmente, fazendo companhia para eles, pois o Senhor da vida jamais abandona quem coloca a sua confiança nele.
Hoje posso afirmar com convicção que minha missão, nossa missão, vai além de cuidar do espírito; estende-se ao cuidado do corpo e da alma. Os doentes, em sua aparente vulnerabilidade, oferecem-nos um presente inestimável: uma fé renovada, um sentido de propósito e a certeza de que, no serviço ao próximo, encontramos a verdadeira face de Deus.
E, assim, todos os dias de terça à sexta feira, a partir das três da tarde, renovo minha fé e reafirmo minha missão, ciente de que, ao visitar os enfermos, estou não apenas cumprindo um dever, mas também recebendo uma bênção e uma lição de vida que só o coração verdadeiramente aberto pode compreender, pois o Verbo de Deus se fez carne e habita entre nós. E através do encontro com o doente, vemos a Sua glória.
Pe. Cássio Carvalho
Informativo Mensal da Paróquia – abril/2024