As almas mesquinhas querem ser servidas; as almas grandes querem servir!

Neste mês de maio, vamos dar um passeio com Nossa Senhora até Hebron, onde moram Isabel e Zacarias.

Recordando as palavras do anjo a respeito da maternidade de sua prima, Maria pôs-se pressurosa a caminho rumo ao sul, em demanda das montanhas da Judeia. Para não a deixar ir sozinha, vamos nós com ela, impelidos pelo espírito de caridade. Pelo caminho, Nossa Senhora dir-nos-á que o motivo de sua viagem é cumprimentar sua parenta pela mercê que Deus lhe fizera de ser mãe já sendo ela senil, e para ajudá-la com seus préstimos de ágil juventude.

Ah! Que felizes seremos nós se andarmos sempre em companhia da Donzela de Nazaré, através das planícies e serras de nossas vidas!

Em Hebron, silenciosamente, testemunhamos os fatos: Isabel, ao avistar a prima, corre-lhe ao encontro de braços abertos e, iluminada pelo Espírito Santo, exclama com intensa piedade: “Bendita és tu entre as mulheres … Que felicidade receber em minha casa a mãe do meu Senhor!” (Lc 1, 41, 42).

A estas palavras, Maria ergue as mãos ao Céu e, com olhos cheios de lágrimas, rompe o hino da aurora: “Minha alma glorifica ao Senhor … e porque Ele fez em mim grandes coisas … daqui em diante, todos os povos chamar-me-ão de bem-aventurada!” (Lc 1, 46-48).

Hoje somos nós o povo que realiza o que Maria predisse, com os louvores, com os amores e as flores de nosso coração… Que seja sempre maio em nossas vidas!

Enquanto a virginal mocinha desabafa em jubiloso hino os sentimentos que lhe vão na alma, conservemo-nos de joelhos a seus pés, contemplando-a embevecidos, qual outra Bernadette na gruta de Lourdes…

E a humilde donzela, sabendo-se mãe do Salvador e vendo-se cumulada de tantos louvores da parte de Deus, dos Anjos e dos homens, oferece-se como serva a Isabel e fica com ela por três meses, prestando-lhe todos os serviços como uma empregada costuma prestar à sua patroa.

É este o procedimento das almas grandes: quanto mais perto de Deus, mais se esmeram em servir as criaturas por amor de Deus… AS ALMAS MESQUINHAS QUEREM SER SERVIDAS; AS ALMAS GRANDES QUEREM SERVIR!

Padre José (in memoriam, ano 2005).

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