Glorioso São José

No 19 de março a Igreja interrompe a penitência da Quaresma para celebrar a solenidade de São José, Esposo de Maria. Para que não fiquemos apenas na devoção exterior, é necessário um aprofundamento pela meditação de sua vida e imitação de suas virtudes. Entre as invocações dirigidas ao Santo patriarca, há uma pouco conhecida, mas não menos vivida pelo Esposo da Santíssima Virgem, precisamente por lhe ser tão intima: “Padroeiro das almas interiores”.

Os Evangelhos falam-nos que ele era um homem justo e carpinteiro por ofício. Justo é aquele que tem consciência reta diante de Deus, que teme a Deus, vive em sua presença, fala com Ele mais do que com os homens. Assim foi o “Joseph justíssime”. Recordemos a sua perplexidade diante dos sinais de maternidade de sua santíssima Esposa: Que fazer? … Abrir-se com amigos? … Criticar? … Maledicência? … Não, isso nunca! Maria não merece e ele não quer julgá-la … Recolhe-se em Deus. Reza. Espera. E Deus lhe falou…

Na oficina de Nazaré, submisso a Maria e José, o “Menino crescia em idade e sabedoria”, diz-nos o Evangelho. Sabedoria é o “conhecimento saboroso das coisas divinas”, na linguagem poética de São Bernardo. E foi sob este aspecto de sabor que São José ensinava ao querido Filho de adoção o conhecimento das coisas criadas: elas vêm de Deus que é todo beleza e bondade; como, pois, não as amar! O conhecimento que não leva ao amor é vão; por isso exclamava o salmista: “saboreai e vede como é bom o Senhor” (Sl. 33,9) … Por certo, eram estes os pensamentos de São José quando de seus trabalhos no silêncio de sua carpintaria: rezava trabalhando e trabalhava rezando; ele não precisava mudar de ocupação para estar com Deus: tinha-O ao seu lado, como aprendiz e mestre. Na perfeição de suas obras, espelhava-se a beleza de sua alma recolhida.

Lições para nós. Nas angustias, dúvidas, dificuldades e incógnitas desta vida, ao invés de lamúrias, desabafos, críticas que põem em risco – quem sabe – a boa fama a que todos têm direito, por que não fazer uma visita ao Santíssimo, uma oração, balbuciar uma cascata de jaculatórias? …

De outra parte, seja qual for o trabalho que a Divina Providência nos reservou, façamo-lo com carinho, amor, perfeição, colocando alma nas coisas mais corriqueiras de cada dia. Isso é rezar! Isso é amar!

Possa o “Patrono das Almas Interiores” interceder por nós para que sejamos hoje e sempre almas de oração!

Padre José (Círculo de Espiritualidade em 2008).

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