Tenho o privilégio de participar de um curso de formação bíblico-litúrgico ministrado pelo padre Antonio Torres, da Paróquia São Pedro e São Paulo no Morumbi, e um dos temas abordados foi o sacramento da Unção dos Enfermos. Vou reproduzir alguns pontos meditados a fim de estimular a busca deste maravilhoso sacramento de cura, pelo fato de ser pouco conhecido e também pelo fato de que deveria ser muito mais solicitado na nossa Paróquia Santa Generosa, por ter sete hospitais ao redor e muitos idosos.
Alguém entre vós está doente? Mande chamar os presbíteros da Igreja para que orem sobre ele, ungindo-o com óleo em nome do Senhor. A oração da fé salvará o doente e o Senhor o porá de pé; e se tiver cometido pecados, estes lhes serão perdoados (Tg 5, 14-15).
Sabemos que o primeiro encontro do homem com Deus se produz no Batismo, desenvolve-se na Crisma e chega à sua plenitude na Eucaristia. Mas sabemos pela própria experiência que o homem, no seu percurso na Terra, experimenta a enfermidade e o pecado. A maravilha deste sacramento está em constatar que o Senhor, por meio do sacerdote, cheio de misericórdia e compaixão, vem ao nosso encontro na nossa debilidade, no sacramento da Unção dos Enfermos.
Eu sou o Senhor que te cura (Ex 15, 26). Nos santos Evangelhos vemos como são apresentados a Jesus inúmeros doentes, e Ele bondosamente os curava, no corpo e na alma, sendo essa restauração espiritual muito mais necessária e importante. Nesse processo de cura, Jesus transforma o homem e serve-se da doença ou da debilidade para conduzi-lo a um encontro amoroso com Ele; resultando a enfermidade em um ato de amor e de entrega.
Mas Jesus não só restaura o homem na sua dignidade, cura-lhe todo tipo de doença. Ele mesmo Tomou as nossas enfermidades e sobrecarregou-se dos nossos males (Is 53, 4). Deus quer nos explicar o sofrimento, sofrendo Ele mesmo por nós; Deus não nos livra da morte, mas nos livra na morte; não nos livra da cruz, mas nos livra na cruz. O Senhor quer que, por meio do sofrimento e da doença, demos glória a Deus.
As curas de Jesus remitiam a uma cura muito maior, ao anúncio do Reino. O mandato de Jesus: Curai os enfermos continua até hoje, mediante o sacramento da Unção dos Enfermos; e o sacerdote proclama pelo Verbo que a morte não tem a última palavra, e é, de verdade, o nascimento para a Vida Eterna.
O Catecismo da Igreja Católica nos define os efeitos que produz a Unção dos Enfermos:
1) Une o doente à Paixão de Cristo, para seu bem e o de toda a Igreja;
2) Proporciona reconforto, paz e coragem a fim de suportar cristãmente os sofrimentos da doença ou da velhice;
3) Concede o perdão dos pecados no caso de o doente não poder obtê-lo através do Sacramento da Penitência;
4) Traz o restabelecimento da saúde, se isso convier à salvação espiritual;
5) Prepara para a passagem à vida eterna.
Como dizia o Padre José Mayer Paine, é uma graça imensa para o enfermo receber esse sacramento, que se torna um passaporte para o Céu e para os familiares traz um consolo enorme.
Maria Angeles Brugarolas