As quatro estações na vida matrimonial

Há alguns dias tive o privilégio de assistir a uma palestra ministrada pelo Pároco Padre Antonio Torres, da Paróquia São Pedro e São Paulo do Morumbi, sobre a vida matrimonial.

Como, infelizmente, o matrimônio e a família estão muito desprestigiados nos dias de hoje, vou transcrever uma síntese da palestra, porque acredito que pode ajudar a muitos casais.

O padre fez um paralelo entre as 4 estações do ano: outono, inverno, primavera e verão e as fases que vivem os cônjuges durante sua vida matrimonial. Fomos levados a entender que as características sazonais que correspondem a cada estação do ano são também vivenciadas na vida dos casais.

Também foi ressaltada a necessidade de o casal viver em união com Deus para poder ser bem-sucedido na vida matrimonial.

As estações do ano foram relacionadas às fases da vida do próprio ser humano: infante-adolescente, jovem, maduro e idoso, sendo que a vida matrimonial também transcorre, entre logros e dificuldades, por cada uma das estações.

A primavera caracteriza-se pela esperança: é a época da floração, das flores, das cores, são os sonhos que os jovens casais (na fase inicial da sua vida em união), depositam num futuro que esperam promissor. Assim, a primavera é o tempo das aquisições, quando o jovem casal sonha em ter uma família, uma casa, um bom trabalho, um carro… corresponde ao tempo das expectativas, dos sonhos, como a promessa de vida que a natureza traz cada primavera.

O outono caracteriza-se pela instabilidade, agora faz frio, agora, faz calor, nem verão, nem inverno, muitas árvores perdem a folhas, há ventanias… Os cônjuges, com meia idade, vivenciam essa etapa quando tem os filhos adolescentes. Muitas vezes até desejam imitá-los na aparência juvenil e nas roupas; o casal, absorvido pelas muitas tarefas e ocupações, se encontra instável, à mercê das circunstâncias, perdendo frequentemente o rumo, o humor… Nessa fase outonal, as demonstrações de afeto oscilam, agora vem palavras de carinho, mais tarde se dizem frases ásperas…  E, como todas as etapas se sucedem na vida, também para o casal vai chegar a fase do inverno.

O inverno caracteriza-se pelo tempo frio, árido, desaprazível, menos adequado para saídas e passeios, … assim o casal poderá atravessar no seu relacionamento o período de “inverno”, quando os cônjuges, na sua fase madura, vivenciam o crescimento e a saída dos filhos de casa. É a síndrome do “ninho vazio”. Nessa situação não deveriam os esposos desanimar, ainda que pareça que o relacionamento se torna mais frio, que o casal se comunica pouco, que o ânimo parece estar mais decaído, e a aridez esteja tomando conta da relação, pois todo inverno está incubando uma primavera. Vai depender do empenho dos cônjuges em cuidar um do outro.

Chegamos ao verão, a estação fecunda, das colheitas, dos frutos, do calor. A alegria está por toda parte. Assim, o casal idoso que junto a Deus tem atravessado as estações da vida na sua vida matrimonial, pode colher os frutos da sua entrega e doação.

Mas, o que mais me impactou na exposição do palestrante e o que irá determinar o êxito na vida matrimonial é o DESEJO DE AMAR O OUTRO, não só pelo sentimento, mas sim pela mente. Disse o palestrante: “Escolho o meu amor (pode ser diferente ao imaginado), mas vou amar a minha escolha”.

Pontos importantes que precisam ser trabalhados pelos casais em todas as quatro estações:

  • Cuidar um do outro do outro, estar aberto às necessidades do cônjuge;
  • Elogiar, ter atitudes positivas, ser otimistas. Comentou o Padre Antonio: “um pessimista derruba cinco otimistas”;
  • Cuidar da maneira de falar, o tom, as palavras. A comunicação não deve ser agressiva. Disse o padre: “A língua não tem ossos, mas quebra ossos”. Nunca perder de vista que somos frágeis;
  • Respeitar a diferença na maneira de ser, de pensar do outro. Não pretender que o cônjuge seja igual. Não querer dominar;
  • Toda discussão, que possa terminar em concórdia, não em discórdia.

Por isso Deus tem que estar sempre junto na vida matrimonial!

Palestra do Padre Antonio Torres, 13/09/2023, transcrita por Maria Angeles Brugarolas.

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